Investigações apontaram que a causa da contaminação de petiscos para pets, que causou mais de 100 internações e mortes de cães no país, foi a incorreta identificação de lotes de monoetilenoglicol – substância altamente tóxica e proibida na alimentação animal – como se fossem lotes de propilenoglicol, permitido na indústria alimentícia para humanos e animais.
A informação foi repassada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) neste sábado (19).
“A incorreção desta identificação levou ao uso de produto extremamente tóxico na fabricação de petiscos, em quantidades muito acima das doses que são consideradas fatais”, disse a pasta, em nota.
Até então, as investigações indicavam algo diferente: uma possível contaminação do propilenoglicol por monoetilenoglicol.
Em outubro, o Mapa tinha informado que determinou o recolhimento de produtos de seis empresas após detecção de dois lotes de propilenoglicol contaminados com monoetilenoglicol, adquiridos da empresa Tecno Clean: Bassar, FVO Alimentos, Peppy Pet, Upper Dog, Petitos e Pets Mellon.
Segundo o Ministério da Agricultura, foram realizadas cerca de 120 fiscalizações em comerciantes, fabricantes e distribuidores. Além da Tecno Clean, foram identificadas quatro empresas fornecedoras de propilenoglicol: A&D Química, Atias Mihael, Bella Donna Produtos Naturais e Saber Química.
A pasta não informou qual empresa foi a responsável pela identificação incorreta dos lotes de monoetilenoglicol como se fossem de propilenoglicol.
De acordo com o Mapa, atualmente, nenhuma empresa está completamente interditada. A fábrica da Bassar, que tinha sido fechada, voltou a operar no fim de outubro. Segundo a empresa, o governo “atestou que o processo de produção da Bassar segue todas as normas de qualidade e segurança e habilitou a empresa a retomar a produção”.
Fonte: Globo.