Irmã de mineira desaparecida há 46 anos em Guarapari ainda tem esperança de encontrá-la

Por Dentro De Tudo:

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Esperança é a palavra que não sai da mente de Débora São José de Faria, irmã da Cecília São José de Faria, que está desaparecida desde 1976. A família ainda vive a expectativa de reencontrar a Cecília que, nos dias de hoje, estaria com 48 anos

O caso é um dos mais emblemáticos de Minas Gerais, porque o sumiço da menina completa 46 anos em 2022. Ela tinha 1 ano e 9 meses quando foi vista pela última vez em Guarapari, no litoral do Espírito Santo.

“Lembro de quando ligavam para os meus pais quando desconfiavam de uma criança. Meus pais saíam para verificar. A busca foi constante por parte deles, o tempo todo”, disse Débora.

Débora perdeu a mãe no ano passado. O pai ainda está vivo, mas convive com o mal de Alzheimer, o que aumentou o desejo e a responsabilidade de Débora pelo reencontro com a irmã pequena. 

O DNA dos pais de Cecília e de Débora está salvo em um banco de dados nacional. Com esse mecanismo, qualquer pessoa que se identificar com a história da família, consegue buscar ajuda na delegacia mais próxima. Caso as investigações apontem para uma semelhança, a pessoa é encaminhada para o ambulatório, onde faz a coleta de material específico para comparação de amostras de DNA. 

Diversas histórias se esbarram à da família, que viveu e reviveu a expectativa de reencontrar Cecília. Até a última atualização desta reportagem, todos os exames comparados deram negativo e a menina desaparecida ainda não voltou aos braços dos parentes.

“Não sei nem explicar como vai ser [o dia do reencontro]. Só espero que exista essa possibilidade. Porque é isso o que eu quero. Dói muito saber que minha mãe partiu sem ter descoberto o que aconteceu”, afirmou Débora.

A família fez uma projeção de como seria Cecília aos 33 anos de idade. A mulher ainda é procurada pelos parentes e, caso alguém se identifique ou reconheça uma pessoa parecida com essas características, cuja origem seja desconhecida, pode procurar a delegacia mais próxima para descobrir alguma relação com a história da família.

Desaparecimento na praia

Cecília desapareceu no dia 2 de fevereiro de 1976, durante uma viagem da família, que é de Belo Horizonte, a Guarapari. A mãe dela tinha feito uma cirurgia, e o médico recomendou o passeio para que ela pudesse descansar. Na época, Débora tinha 5 anos.

“Eu lembro que nós chegamos no dia 1º de fevereiro, à tardinha. No dia seguinte, levantamos cedo, fomos para a praia, voltamos e almoçamos. Mais tarde, a babá estava dando banho no meu irmão mais velho e, quando chamou a Cecília, por volta de 17h30, é que a gente viu que a Cecília não estava mais na casa”, conta a servidora pública.

De acordo com Débora, a família estava hospedada em um chalé, dentro de um condomínio fechado, em um acampamento de adventistas. 

Desde então, ninguém teve mais notícias de Cecília. As cerca de 20 suspeitas que surgiram nos últimos anos não se confirmaram

Em agosto de 2021, a Polícia Civil de Minas Gerais disse ao g1 Minas que, na época dos fatos, tomou “as providências cabíveis”, como divulgação das imagens da criança e familiares, inclusive fotografia envelhecida da desaparecida, contato com as redes de assistência social e da saúde em busca de informações. 

Procurada pela reportagem, nesta segunda-feira (25), a Polícia Civil do Espírito Santo afirmou que não tem como auxiliar com informações do caso, uma vez que, na época, a família fez o registro de desaparecimento em Minas Gerais, onde mora.

Fonte: Globo Minas.

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