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Já ouviu falar de diabetes tipo 3? Entenda a relação com sua saúde mental

Por Dentro De Tudo:

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Você provavelmente já ouviu falar inúmeras vezes sobre como a alimentação e os hábitos de vida podem levar um indivíduo a ter doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes tipo 2, ou também deve ter ouvido falar sobre doenças autoimunes, como o diabetes tipo 1.

A verdade é que existem mais tipos de diabetes, pouco faladas, e que estão relacionadas a outros fatores, tal como a autoimune de adultos, conhecida como diabetes tipo LADA, ou seja, uma doença autoimune, tal como o diabetes tipo 1, porém que só surge em adultos e não em crianças.

Ela é perigosa, pois o tratamento se dá exclusivamente pelo uso de insulina, mas geralmente é confundida com tipo 2, pelo aparecimento na fase adulta, levando a um tratamento inadequado em que somente tratamento oral é prescrito, e isso leva ao surgimento de muitas complicações na vida do adulto, já que a toxicidade do açúcar no sangue acaba por se acumular e leva também ao aparecimento de doenças, inflamações, e danos em outros órgãos e tecidos.

Outro diabetes pouco mencionado é a tipo MODY, muito rara, e tão perigosa quanto a LADA pelo mau entendimento e diagnóstico. A MODY é a diabetes juvenil de início tardio, que tem como base a mutação de um ou vários genes, e geralmente é passado de pais para filhos, em que um dos dois genitores possui a mutação de determinado gene e então passa ao filho.

O pai ou a mãe podem não possuir o diabetes propriamente dito, mas passarão ao filho, que poderá já nascer com diabetes ou ter início tardio, devido a produção prejudicada de insulina.

Mas o ponto aqui do texto é trazer informação de um diabetes que está ganhando cada vez mais espaço de discussão, o diabetes tipo 3, decorrente de problemas do pâncreas exócrino, e que está intimamente ligado a doença de Alzheimer.

Justamente por correlacionar o diabetes, insulinoresistência, e degeneração de neurônios na doença de Alzheimer é que se apresentou o termo DM 3, ainda em fases de afirmação científica e estudos.

Mas por que chamar de DM 3?

Na doença de demência mais comum no mundo, o Alzheimer, há uma deterioração gradual, progressiva e irreversível neurológica, que afeta a cognição dos pacientes, ou seja, com o tempo o paciente deixa de ser capaz de realizar ou manter atividades de rotina, há perda de memória e perda da personalidade de quem é aquele indivíduo com o passar dos anos.

Nesta doença tem se descoberto que há uma resistência a insulina em níveis cerebrais, em que os neurônios não conseguem realizar a captação da glicose para suprir suas necessidades, afinal o cérebro não consegue estocar energia como outras partes do nosso corpo, e basicamente depende de o metabolismo encaminhar essa glicose até o cérebro, para então fazer a captação e utilização como energia.

Tem se observado, então, que, neste tipo de diabetes os níveis de insulina estão reduzidos, e os níveis de glicose aumentados, e neste aumento de glicose que se acumula, há deterioração dos neurônios através do aumento de estresse oxidativo e processos inflamatórios, estes bem conhecidos já como base do corpo inflamado, na obesidade e em outras síndromes relacionadas a má alimentação e hábitos, mas no ambiente cerebral, ou seja, nos neurônios, esta situação é muito mais grave.

Para elucidar, em um indivíduo com diabetes, seja ele insulinodependente ou não, a retirada de açúcar da corrente sanguínea deve ser realizada de maneira correta, para que o paciente não tenha hiper ou hipoglicemia, causando muitos transtornos.

No caso da hiperglicemia, em diabéticos, o caso é grave e pode levar ao coma, assim como indivíduos não diabéticos, a hiperglicemia, ou seja, o acúmulo de glicose no sangue se torna tóxico a órgãos e tecidos ao longo do tempo, e para quem não tem diabetes, isso pode levar ao aparecimento da doença.

Ao citar essa toxicidade do acúmulo de glicose no sangue é que se relacionam os hábitos alimentares à saúde mental, sendo de extrema importância a longo prazo o controle do consumo de açúcares, tanto em pacientes diabéticos que precisam controlar a glicemia e, consequentemente a glicação, como em pacientes que não tem a doença diabetes, mas que, por maus hábitos, poderá acarretar em prejuízos a longo prazo.

Esses prejuízos, que tanto alertamos, e vão muito além do peso ou estética, dizem respeito, agora também, à saúde mental dos indivíduos, em que há a justificativa de indução à demência pela insulinorresistência, danos causados pelo excesso de glicose no organismo e, principalmente, no cérebro, em que ela mesma desempenha papel tão importante para a vida, já que é fonte exclusiva de energia pelos neurônios.

Esperamos que, com o passar dos anos, mais conclusões aconteçam sobre este assunto, mas por via de regra básica, já deu para perceber o quão importante é o controle do consumo de alimentos ricos em calorias vazias, em que o açúcar é o principal ingrediente, isso inclui então alimentos ricos em carboidratos, mas não o carboidrato da fruta ou do arroz e do macarrão, mas, sim, do industrializado, do salgadinho, do refrigerante…

E isso também abre precedentes para justificar a minha indignação quanto a dietas tão restritivas ou que pregam que você pode voltar a comer pizza e hambúrguer todo dia e mesmo assim emagrecer… Fica minha pergunta: a longo prazo, quem se responsabilizará pelo corpo magro, porém doente?

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