Jogos como o Tigrinho agravam crise financeira e preocupam autoridades

Por Dentro De Tudo:

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Um mercado milionário que se aproveita da compulsão dos apostadores movimentou entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões apenas em 2023. Os jogos como o Tigrinho, popularizados por influenciadores, têm causado um estrago gigantesco nas finanças de milhares de brasileiros, acendendo o alerta da CPI das Bets, instalada no Senado Federal para investigar o impacto do jogo de azar na vida das famílias.

Nos últimos dias, a CPI ganhou repercussão nacional, especialmente após o depoimento da influenciadora Virgínia Fonseca. O foco é apurar a responsabilidade na divulgação de plataformas de apostas que crescem rapidamente, impulsionadas por conteúdos de influenciadores nas redes sociais.

Prejuízo bilionário para os lares brasileiros

O setor das apostas online está entre os que mais movimentam recursos no país. Estima-se que só em 2023, as plataformas acumularam entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões — cerca de 1% do PIB brasileiro, segundo projeções da Strategy& Brasil, consultoria estratégica da PwC.

Porém, esse montante esconde um problema grave: o endividamento e a compulsão, inclusive entre pessoas que utilizam valores de benefícios sociais para apostar. De acordo com o Instituto Locomotiva, 45% dos apostadores afirmam já ter tido prejuízos com as apostas, e 37% usaram dinheiro destinado a despesas essenciais.

Além do impacto financeiro, há também consequências psicológicas. Muitos jogadores seguem no vício em busca da adrenalina da aposta, criando um ciclo perigoso de perdas e mais apostas.

aposta não é investimento

Outro dado preocupante vem de pesquisa da Anbima em parceria com o Datafolha: cerca de 4 milhões de brasileiros acreditam que apostas são uma forma de investimento. Contudo, especialistas alertam que esse é um equívoco perigoso. A lógica dos jogos favorece a “banca”, ou seja, a empresa, e não o jogador. Há ainda denúncias de que influenciadores seriam pagos com base nas perdas de quem aposta — prática conhecida como “cachê da desgraça alheia”, embora negada publicamente.

funcionamento e riscos dos jogos

Plataformas como o Fortune Tiger operam de forma simples: o jogador aposta para encontrar três imagens iguais. No entanto, além da baixa chance de vitória, há relatos de falta de pagamento dos prêmios prometidos. O número de sites ilegais de apostas cresce no país — já são mais de 21 mil, segundo levantamento recente — agravando o problema e dificultando a fiscalização.

A CPI das Bets deve continuar colhendo depoimentos nos próximos dias, incluindo outras figuras públicas que promovem essas plataformas.

Crédito da foto: Jeane de Oliveira/FDR

Fonte: FDR – Jamille Novaes

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