A Justiça de Minas condenou um jovem de 21 anos a 22 anos de prisão em regime fechado por roubar o carro de uma mulher, estuprá-la e atirar duas vezes contra a cabeça dela. A vítima, à época com 25 anos, foi abordada dentro de um supermercado em Betim, na Grande BH, e foi levada para Itaúna, onde foi baleada.
O julgamento foi realizado nesta quinta-feira (19) e o juiz Adelmo Bragança de Queiroz, do Tribunal do Júri da Comarca de Itaúna, definiu a pena, que seria cumprida inicialmente em regime privativo de liberdade, com uso da tornozeleira eletrônica, mas manteve a prisão em regime fechado pela ‘hediondez do delito’.
Um segundo envolvido, de 40 anos, que agiu como motorista do veículo roubado, ainda será julgado, porém, ainda sem data marcada para.
Prisão
A polícia iniciou buscas pelos suspeitos após o crime, com o dificultador de que nenhum vestígio foi deixado. Cerca de um mês depois, uma segunda ocorrência parecida aconteceu, com o mesmo modus operandi. Uma mulher foi encontrada morta no mesmo ponto onde a vítima estava, também com um tiro na cabeça, mas, dessa vez, com óbito confirmado.
A investigação conseguiu localizar os envolvidos, que ainda estavam com o celular da primeira mulher e, com cruzamento dos inquéritos, conseguiram localizá-los. Eles foram presos em março de 2021.
Crime
A reportagem da Itatiaia teve acesso ao boletim de ocorrência, que relata que no dia 9 de agosto de 2020, a vítima estava no estacionamento de um supermercado e, enquanto colocava as sacolas de compras no carro, foi abordada por dois homens, um deles armados, que a obrigaram a entrar.
O condenado se sentou com ela no banco de trás e o motorista seguiu caminho até um ponto da rodovia MG-050 próximo a Itaúna, em uma estrada vicinal. Durante o trajeto, ela foi obrigada a se despedir por um dos autores, que alegou que ‘queria ver a sua vagina’.
Nas proximidades do km 76 da rodovia, obrigaram a vítima a sair do veículo e um dos suspeitos ordenou ao outro que ‘estourasse a cabeça dela’. A mulher recebeu dois tiros e perdeu a consciência. Os dois fugiram do local com a carteira, documentos e celular da jovem.
A mulher foi encontrada na tarde do dia seguinte por populares e socorrida pelos Bombeiros, que a encaminharam para o Pronto Socorro do Hospital Manoel Gonçalves. A vítima sobreviveu ao ataque e vive hoje em dia com duas balas alojadas na cabeça em decorrência do ataque, uma na região parietal e outra na base do crânio.
Defesa
O advogado de defesa da vítima, Pedro Galinari, relatou que o sentimento é de alívio após três anos do ocorrido, e que a vítima finalmente viu a justiça ser feita em relação a um dos envolvidos.
“Finalmente, ela teve uma resposta para o caso. Depois de três anos de muito sofrimento, tratamentos médicos e psicológicos, a vítima viu a justiça sendo feita em relação a um dos réus. Hoje, durante o seu depoimento, ela chorou ao reviver tudo que passou e agora chora de alívio pela justiça e um enorme peso que recaía sobre a sua história. A defesa permanecerá firme e buscará a condenação do segundo acusado.”
Fonte: O Tempo.