Uma jovem de 20 anos foi intoxicada e precisou ser hospitalizada após misturar produtos de limpeza para lavar o banheiro no último sábado (19), em Cuiabá. Maria Luiza Gomes Rodrigues teve uma forte reação alérgica ao inalar uma mistura de desinfetante, água sanitária e “limpa piso”.
Ao site local Gazeta Digital, a jovem disse que sentiu dificuldades para respirar, mas que mesmo assim continuou com a limpeza. Em seguida, ela tomou um antialérgico, mas o incômodo persistiu até que ela sentiu a garganta “fechando”.
“Sempre tive reação, mas tomava remédio. Não achava que poderia se tornar algo maior”, revelou ela. Maria Luiza então procurou um hospital, onde foi medicada.
A jovem explicou, ainda, que um dos produtos já estava vencido, informação na qual ela não se atentou no momento em que foi lavar o banheiro.
“Prestem atenção nos rótulos e tenham consciência que podem sofrer uma reação alérgica. Muitas pessoas têm reações e não sabem. Ou têm fracas, ou tomam comprimidos e acha que está tudo bem. Quando as pessoas falavam que produtos de limpeza podiam causar anafilaxia, não dava muita bola, até acontecer”, alertou ela.
Alerta
Em entrevista anterior cedida ao BHAZ, o médico Adebal Andrade Filho, coordenador do Ciatox-MG (Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Minas Gerais) disse que não é só a mistura de substâncias químicas que pode trazer perigos a quem limpa a casa.
Mesmo isolados, vários produtos podem causar intoxicações graves. Outro fator que contribui para o perigo é o fato de o banheiro ser um local pequeno e com pouca ventilação, facilitando a inalação do produto.
“Normalmente, essas reações liberam um gás, que queima as vias aéreas como se fosse uma queimadura química. Além da tosse, falta de ar e chiado, outras pessoas mais sensíveis podem desenvolver edema agudo pulmonar, quando os pulmões se enchem de líquido liberado pelos próprios vasos sanguíneos”, detalha.
Nesses casos, que são raros, o paciente pode até precisar ser intubado. Mas se a pessoa não tem histórico de bronquite, asma ou outra doença similar, os sintomas devem passar rapidamente e a intoxicação não deve gerar sequelas.
Como evitar
O coordenador do Ciatox-MG ressalta que os produtos de limpeza em si não são o problema, mas que as pessoas devem tomar alguns cuidados ao usá-los. Primeiro, o médico recomenda que usemos apenas os produtos comprados em supermercados ou outros centros comerciais, e não aqueles que são vendidos “de porta em porta”.
“Os produtos das marcas maiores passam por controle de qualidade e costumam ter concentrações menores das substâncias. Nesses outros casos, muitas vezes as misturas são feitas na casa de quem vende, e é mais difícil de verificar a qualidade”, explica.
O especialista ainda recomenda que os produtos não sejam misturados, já que, além da possibilidade de reação negativa, eles podem até anular os efeitos limpantes um do outro. Isso pode acontecer no caso de misturas entre substâncias ácidas e básicas, que se neutralizam.
“O melhor é usar um produto só de cada vez, e lavar o local com as portas e janelas abertas, permitindo a circulação do ar. Também é bom usar quantidades pequenas do produto”, recomenda Adebal Andrade Filho.
O que fazer?
Caso a intoxicação ocorra, o médico também detalha o que fazer para o quadro não evoluir. Ao perceber uma falta de ar, tosse, dor de cabeça ou sintomas parecidos, a primeira coisa que a pessoa deve fazer é deixar o local e ir para um lugar arejado e aberto.
Depois disso, se a falta de ar continuar intensa e não passar nos primeiros minutos, e se novos sintomas aparecerem, a pessoa já pode procurar um pronto-atendimento. A maioria dos casos é leve e não demanda grandes intervenções médicas.
“Se a dificuldade de respirar parar, mas a pessoa ainda sentir dor de cabeça, náusea, etc, ela pode tomar um remédio, já que esses sintomas são transitórios”, completa o coordenador do Ciatox-MG.
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