A campanha Junho Vermelho foi criada para incentivar a doação de sangue, principalmente, nos períodos em que há defasagem no estoque de bolsas de sangue. Dados do Hemominas indicam que os tipos O positivo e O negativo estão em situação crítica. Os tipos A negativo, B negativo e AB negativo estão em estado de alerta. Os tipos A positivo e B positivo estão adequados. O tipo AB positivo está estável.
Nesse contexto, a campanha Junho Vermelho busca sensibilizar a população sobre a importância do tema e em especial a redução do estoque de bolsas de sangue, situação que foi agravada em razão da pandemia. A corrente solidária tem o objetivo também de aumentar a quantidade de doação no mês anterior aos das férias escolares, período do ano em que há aumento nas viagens e acidentes nas estradas.
Aumentar a quantidade de voluntários é visto como um desafio, já que o cenário de doação no Brasil não é dos mais satisfatórios. O percentual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de doadores num país é entre 3,5% e 5% da população, no Brasil corresponde a 2% (OMS). Segundo a enfermeira e coordenadorado curso de Enfermagem da faculdade Pitágoras, Bruna Carvalho, há muitos mitos envolvidos no ato solidário, o que acaba contribuindo para que o país não atinja o índice recomendado.
“O ato de doar sangue é seguro e o volume de sangue coletado é baseado no peso e na altura do doador. O organismo repõe todo o volume de sangue doado nas primeiras 24 horas após a doação, por isso, não há fraqueza”, pontua.
A especialista incentiva a doação. “Recentemente o curso de Enfermagem da Faculdade Pitágoras de Poços de Caldas participou de campanhas de conscientização para adoação de sangue na cidade, mobilizando por meio de ações dos alunos, o município e a população. Devido a pandemia de Covid-19, houve uma significativa redução de doadores, e o objetivo é estimular e reforçar que os doadores abasteçam os estoques doshospitais da cidade”, destaca.
Para doar sangue, a pessoa precisa, entre outros pré-requisitos, estar saudável, pesar acima de 50 quilos, estar alimentada, levar um documento oficial com foto e não ingerir alimentos gordurosos nas horas que antecedem a doação. A coleta é baseada no peso corporal.
Confira alguns mitos comuns esclarecidos pela enfermeira:
1) Contágio de doenças: todo material utilizado é descartável, não há contato com sangue de outra pessoa.
2) Quem teve Covid-19 nunca mais pode doar sangue: candidatos à doação de sangue com diagnóstico ou suspeita de Covid-19 e que apresentaram sintomas da doença, mesmo nos casos leves ou moderados, devem esperar por 10 dias após estarem completamente recuperados da doença, para então doar.
3) Só podem doar sangue maiores de idade: adolescentes a partir dos 16 anos podem doar sangue. Fisicamente eles já estão aptos para doar sangue, desde que cumpram todos os requisitos básicos para doação, mas por serem menores de 18 anos, precisam de autorização dos pais ou responsável.
4) O sangue fará falta ao doador: a reposição do volume de plasma ocorre em 24 horas e a dos glóbulos vermelhos em 4 semanas. Entretanto, para o organismo atingir o mesmo nível de estoque de ferro que apresentava antes da doação, são necessárias 8 semanas para os homens e 12 semanas para as mulheres.
5) Quem tem piercing e tatuagem não pode doar: apenas pessoas com piercing na boca não podem doar sangue pois a boca está mais receptiva a infecções. Elas só estão aptas a doar 12 meses após a retirada. Pessoas que fizeram tatuagem, maquiagem definitiva e outros processos com perfuração da pele devem esperar 12 meses para voltar a doar sangue.