Seis anos após o incêndio que matou dez atletas da base do Flamengo, a Justiça do Rio de Janeiro absolveu, em primeira instância, os sete réus que respondiam pelo caso. O incêndio ocorreu em fevereiro de 2019 no Ninho do Urubu, centro de treinamento do clube, onde 26 jovens dormiam em alojamentos improvisados em contêineres.
A decisão, de 227 páginas, foi proferida pela 36ª Vara Criminal e concluiu que não há provas suficientes para responsabilizar individualmente os acusados pelos crimes de incêndio culposo e lesão grave. O Ministério Público havia pedido a condenação de todos, mas o juiz entendeu que não foi possível estabelecer relação direta entre as ações dos réus e a tragédia, considerando que o evento envolveu múltiplos fatores técnicos e estruturais.
O magistrado destacou que, embora a origem técnica do incêndio tenha sido identificada — possivelmente um curto-circuito em um ar-condicionado —, o caso apresenta uma “cadeia causal difusa”, o que impede a individualização de culpa penal. A decisão ainda cabe recurso.
O incêndio começou no alojamento onde jovens atletas dormiam, construído com contêineres metálicos, material que facilitou a propagação das chamas. O Ninho do Urubu não possuía alvará de funcionamento na época. Dez adolescentes morreram e três ficaram feridos.
Em fevereiro deste ano, o Flamengo informou que concluiu acordo de indenização com a última família das vítimas. As demais famílias já haviam sido indenizadas entre 2019 e 2021.
📄 Fonte: ge / g1 Rio de Janeiro
📸 Foto: Agência Estado / Reprodução