Uma frentista decidiu deixar o emprego em um posto de combustíveis no Recife após relatar um mês de pressão psicológica e assédio moral por se recusar a usar um novo uniforme exigido pela empresa: legging e cropped. O caso foi levado ao sindicato da categoria, que acionou a Justiça do Trabalho, resultando em uma decisão que proíbe o estabelecimento de impor a vestimenta às funcionárias.
A trabalhadora procurou auxílio jurídico em situação de desespero. Inicialmente, buscava orientação sobre problemas no recolhimento do FGTS, mas acabou relatando também as pressões para aderir ao novo padrão. Segundo o sindicato, a funcionária mostrava preocupação com a exposição e a “imagem vulgar” que acreditava estar sendo forçada a adotar. Ela afirmou ainda ter manifestado repetidas vezes o desejo de sair do emprego por não suportar mais a situação.
O sindicato ingressou com pedido de rescisão indireta, modalidade que ocorre quando a empresa comete falta grave e o funcionário solicita o desligamento com todos os direitos trabalhistas preservados. A trabalhadora foi afastada desde outubro e relatou melhora significativa na saúde mental após sair do ambiente considerado abusivo.
Outras funcionárias também relataram pressões semelhantes. Segundo a entidade sindical, a imposição da legging começou após uma troca de gestão em setembro, e trabalhadoras que não se enquadravam no “padrão corporal” desejado estariam sendo demitidas ou constrangidas, configurando casos de body shaming.
Imagens anexadas ao processo mostram mulheres trabalhando com o uniforme considerado inadequado. O posto denunciado é registrado sob outra razão social e atua no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife. A Justiça determinou, por meio de liminar, a suspensão imediata da exigência do uniforme, sob pena de multa diária de R$ 500 por funcionária caso a ordem seja desrespeitada.
O Ministério Público do Trabalho também se manifestou, afirmando que a prática viola a dignidade da pessoa humana, princípio fundamental das relações de trabalho. Outro posto da mesma região também foi alvo de denúncias semelhantes.
Após a repercussão, o estabelecimento informou em nota que as imagens utilizadas não seriam de funcionárias da empresa e que a situação teria ocorrido sob antiga administração. A nova gestão alegou ter substituído a legging por calça jeans e revisado suas políticas internas. Já a distribuidora responsável pela bandeira do posto afirmou que o registro divulgado é antigo e que a unidade cumpre as normas de segurança e saúde no trabalho.
Crédito do texto: Redação
Fonte da foto: Sinpospetro-PE / Divulgação



















