A Justiça aceitou a denúncia e tornou réu um médico psiquiatra suspeito de importunação sexual e estupro de vulnerável de pelo menos 30 mulheres durante consultas em diversas cidades da região de Marília, em São Paulo. A decisão foi divulgada na última segunda-feira, dia 17. Foram registrados 19 boletins de ocorrência nas delegacias especializadas em Marília, 10 em Garça e um em Lins. As idades das vítimas variam de 17 a 65 anos, com relatos de abusos ocorridos desde 2018.
A defesa do réu, a partir do dia 18, tem um prazo de 10 dias para apresentar a resposta à acusação. A juíza responsável pelo caso mencionou a existência de indícios de materialidade dos crimes e autoria do médico, com base nos boletins de ocorrência, no inquérito policial e no relatório da Delegacia de Defesa da Mulher de Marília. Os depoimentos das vítimas também foram considerados. O médico foi preso preventivamente no dia 22 de outubro, em Marília, após investigações da Polícia Civil em sua residência e consultório. Ele se apresentou voluntariamente, acompanhado de advogados.
O inquérito policial foi concluído em 31 de outubro, indiciando o psiquiatra pelos crimes de importunação sexual e estupro de vulnerável. Embora o depoimento do médico tenha sido agendado para o dia 30 de outubro, um problema de energia na penitenciária onde estava preso impediu a oitiva. O habeas corpus solicitado por sua defesa foi negado pela Justiça no dia 10 de novembro.
Rafael Pascon dos Santos, que atuava em uma clínica particular em Marília e no Centro de Atenção Psicossocial de Garça, teve o pedido de revogação da prisão negado no dia 4 de novembro. A reportagem da TV TEM buscou confirmar o recebimento da denúncia pelo Ministério Público, mas o órgão informou que o caso está sob segredo de Justiça.
Diversos relatos de agressões foram feitos por mulheres em Marília e Garça. Uma vítima, que optou por não se identificar, relatou que foi estuprada durante uma consulta em agosto de 2024, enquanto outra mulher, de 65 anos, denunciou abusos ocorridos em 2018 no Caps de Garça. Além disso, outra paciente de 43 anos relatou ter sido beijada à força em 2022 e uma jovem, agora com 24 anos, decidiu denunciar um episódio ocorrido em 2018 após tomar conhecimento de outras vítimas.
Os relatos incluem situações de importunação sexual e comportamentos inadequados durante as consultas. Situações como abraços, gestos de intimidade e comentários impróprios foram comuns entre as denúncias. Apesar do medo e do trauma, algumas vítimas decidiram buscar a polícia, motivadas pelo relato de outras que também sofreram abusos.
As investigações continuam, e as vítimas esperam que a Justiça tome as devidas providências.
Crédito da foto: Reprodução/Facebook. Fonte: g1.



















