Laudo descarta insanidade mental de acusado de matar sargento Roger Dias e processo de homicídio é retomado

Por Dentro De Tudo:

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A Justiça descartou a hipótese de insanidade mental de Welbert de Souza Fagundes, acusado de matar o sargento da Polícia Militar Roger Dias, em janeiro de 2024, durante uma perseguição no bairro Novo Aarão Reis, em Belo Horizonte. Com isso, o processo por homicídio qualificado foi retomado e já há audiência marcada para o próximo mês.

A decisão foi tomada após a homologação, na última sexta-feira (27), de um laudo pericial elaborado por psiquiatras forenses da Polícia Civil de Minas Gerais, que concluiu que Welbert possuía plena capacidade de entendimento e determinação no momento do crime.

O laudo foi assinado pelos psiquiatras Thomas Martins de Almeida e Edson Aquino Brandão, e confronta diretamente os argumentos da defesa do réu, que havia apresentado laudos particulares sugerindo a inimputabilidade do acusado por motivos psiquiátricos. Segundo os peritos oficiais, o discurso de “ouvir vozes” — incluindo a suposta presença espiritual do PM morto — foi identificado como tentativa de manipulação.

“Em nenhum momento há descrição de comportamento claramente desorganizado ou psicótico. Relatos de ‘ouvir vozes de Ogum’ foram frequentes, mas não sustentam um diagnóstico de transtorno mental grave”, aponta o documento.

Welbert foi diagnosticado com traços antissociais, manipulação comportamental e dependência de substâncias psicoativas, como maconha, cocaína e crack, mas sem vínculo causal com o crime. Ainda assim, os médicos recomendam acompanhamento psiquiátrico e psicológico no ambiente prisional.

“Ele foi considerado mentalmente capaz à época dos fatos. Agora é seguir com o processo e esperar por um julgamento justo”, disse o advogado de defesa, Bruno Rodrigues.

Com a homologação do laudo, a Justiça determinou o arquivamento dos três incidentes que solicitavam análise de insanidade em processos distintos — o homicídio, um furto e danos a um hospital psiquiátrico de Barbacena, onde Welbert chegou a ser internado.

O juiz Roberto Oliveira Araújo Silva, responsável pela homologação, ressaltou que o caso pode ser desarquivado a qualquer momento, caso haja necessidade, mas o entendimento atual é de que o réu está apto para ser julgado criminalmente.

O assassinato do sargento Roger Dias gerou forte comoção pública. O policial foi baleado à queima-roupa, após uma perseguição, e chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos. O caso agora avança para julgamento com base na conclusão de que Welbert de Souza Fagundes tinha plena consciência de seus atos no momento do crime.

📸 Foto: Reprodução / Redes sociais

📄 Fonte: O Tempo

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