Na coletiva, foram informados que ao menos oito casos foram registrados da doença em humanos, inclusive em duas crianças, de 2 e 7 anos. “Enquanto a taxa de letalidade mundial da leishmaniose visceral em humanos de 25%, em Sete Lagoas é de 50%. Ou seja, metade das pessoas contagiadas podem vir a óbito”, ressaltou Maria Tereza Rodrigues, da epidemiologia da CCZ municipal.
A leishmaniose visceral é o tipo da doença mais agressiva,sendo transmitida por meio da picada de insetos conhecidos popularmente como mosquito palha. Eles são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semiabertas. A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi, causador da Leishmaniose Visceral.
Polêmica
A entrevista coletiva do poder público municipal se deu após diversas polêmicas nas redes sociais sobre a eutanásia de animais doentes com a leishmaniose. O tratamento contra a doença no animal segundo a Prefeitura é muito caro – o medicamento utilizado para isso é o milteforan. “Há somente dois caminhos: o tratamento ou entanásia. A prioridade é sempre a saúde humana”, afirma o promotor Paulo Cezar Ferreira da Silva, curador da saúde do Ministério Público de Minas Gerais. “Sabemos que existe o tratamento, mas ele ainda é muito caro e muitos tutores não têm condições de custear o tratamento. Um único medicamento pode custar mais de R$ 2 mil, fora as consultas”, afirma.
“O procedimento da eutanásia é a única medida direta recomendada no Manual de Vigilância, Prevenção e Controle de Zoonoses: Normas Técnicas e Operacionais do Ministério da Saúde de 2016 para o controle do reservatório canino sendo uma decisão exclusiva do proprietário/responsável/tutor e autorizada pelo mesmo”, comenta Patrícia Silveira, coordenadora do Centro de Zoonoses de Sete Lagoas.
Outra zoonose na cidade
Além disso, há outra zoonose em circulação na cidade, a esporotricose. Ela é causada por fungo, e o gato é seu vetor. Os sintomas da esporotricose aparecem após a contaminação do fungo na pele. O desenvolvimento da lesão inicial é bem similar a uma picada de inseto, podendo evoluir para cura espontânea.