A invisibilidade da violência contra a população lésbica foi destacada em audiência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quinta-feira (16/5/24). Participantes reiteraram a necessidade de tipificar e nomear a lesbofobia e o lesbocídio, de forma a gerar dados concretos desses crimes e políticas públicas.
“São duas formas de violência pela sexualidade. Somos diversas e, às vezes, não compreendemos a lesbofobia”, afirmou a deputada Bella Gonçalves (Psol), autora do requerimento de audiência. “É mais uma camada de violência contra a mulher porque os homens são os principais agressores”, completou a deputada Lohanna (PV).
Lohanna lembrou, ainda, que a maioria dos dados sobre essa violência são de institutos ou universidades, e não de órgãos governamentais, o que dificulta a criação de políticas públicas. Um desses trabalhos é o Dossiê sobre o Lesbocídio no Brasil, coordenado pela pesquisadora Suane Felippe Soares, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O estudo, com dados retirados de publicações on-line, como notícias e obituários, mostra um grande crescimento dos crimes contra lésbicas no período estudado, entre 2013 e 2017. “É perigoso ser lésbica. Amar uma mulher é um ato de rebeldia e deve ser punido com a morte”, afirmou Suane sobre a lógica de quem pratica esse tipo de crime.
Fonte: ALMG. Foto: Reprodução Internet (não encontramos a fonte).