A liberação do cultivo de Cannabis sativa para fins medicinais, veterinários e industriais gera divisão na bancada ruralista do Congresso Nacional. Defensores da medida, como Luís Maurício, presidente da Associação Brasileira da Cannabis e do Cânhamo Industrial (ABCCI), acreditam que o agronegócio pode se beneficiar dessa regulamentação, especialmente na produção de soja.
O projeto de lei, que já foi aprovado por uma comissão especial, enfrenta resistência no Congresso. O deputado Diego Garcia solicitou que o plenário da Câmara revisse a proposta antes de encaminhá-la ao Senado, mas o processo ainda não avançou.
Parte dos parlamentares vê um potencial econômico de quase R$ 5 bilhões com a regulamentação, argumentando também que a cannabis pode ajudar a recuperar solos na entressafra. Contudo, muitos ruralistas temem o desvio da planta para usos ilícitos e questionam os benefícios para o agronegócio, que já apresenta um superávit significativo.
O presidente da ABCCI aponta que muitos legisladores temem a reação negativa do eleitorado, especialmente em um Congresso de perfil conservador. Em 2024, a aprovação de projetos sobre a cannabis parece improvável devido às prioridades políticas, incluindo a eleição do sucessor de Arthur Lira na presidência da Câmara.
Foto: Will Cox/ Georgia Army National Guard