O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “matança” a operação policial que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro na semana passada, incluindo quatro policiais. Durante entrevista concedida nesta terça-feira (4) a agências internacionais, em Belém (PA), Lula defendeu uma investigação independente, com a participação de legistas da Polícia Federal, para apurar as circunstâncias das mortes.
A ação, realizada no último dia 28 de outubro, teve como alvo integrantes da facção Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, e é considerada a mais letal da história do estado.
“A decisão do juiz era uma ordem de prisão, não uma ordem de matança — e houve matança”, afirmou o presidente.
Lula explicou que o governo está articulando a participação da PF na investigação e destacou a importância de esclarecer o que realmente ocorreu. “Até agora temos uma versão contada pela polícia e pelo governo estadual, mas há quem queira saber se tudo aconteceu como foi dito ou se houve algo mais delicado”, completou.
O governador Cláudio Castro (PL), por sua vez, afirmou que a operação foi um sucesso e que as únicas vítimas fatais foram os policiais. A ação, porém, tem gerado forte debate entre autoridades e na opinião pública.
De acordo com pesquisa divulgada pela Quaest nesta segunda-feira (3), 64% dos moradores do Rio aprovam a operação, enquanto 85% defendem o aumento de pena para homicídios cometidos a mando de facções criminosas.
O caso também está sendo acompanhado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes determinou que o governo do Rio preserve todas as provas e perícias relacionadas à operação, garantindo o acesso da Defensoria Pública e do Ministério Público.
Além disso, ministros do governo federal — Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial) — estiveram no estado na última semana para tratar do assunto com o governo fluminense.
Lula voltou a defender o combate ao crime organizado, mas com ações coordenadas e respeito aos direitos humanos. Segundo ele, é preciso atingir “a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco”.
Fonte: G1
Crédito da foto: Edgar Su / Reuters
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