O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir neste domingo (26) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante sua passagem pela Malásia. A expectativa do Palácio do Planalto é de que o encontro ocorra por volta das 7h (horário de Brasília), e a pauta incluirá temas sensíveis como tarifas comerciais, sanções a autoridades brasileiras e a situação política da Venezuela.
Durante conversa com jornalistas em Jacarta, na Indonésia, nesta sexta-feira (24), Lula afirmou que não há restrições sobre os temas a serem debatidos.
“Não existe veto a nenhum assunto. Podemos discutir de Gaza à Ucrânia, de Rússia a Venezuela, minerais e direitos humanos. Qualquer assunto está aberto”, declarou o presidente.
O governo brasileiro pretende usar o encontro para contestar o tarifaço de 50% imposto pelos EUA a produtos brasileiros, que segundo Lula, foi “um equívoco sem sustentação”. O presidente deve argumentar que, nos últimos 15 anos, o país norte-americano acumulou um superávit de US$ 410 bilhões nas relações comerciais com o Brasil.
Outro ponto da reunião será a aplicação de sanções a autoridades brasileiras, incluindo a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e a revogação de vistos de outros membros do Judiciário e do Executivo.
“A tese de que não temos direitos humanos no Brasil não tem veracidade. Quem comete crime é julgado e punido dentro da lei”, afirmou Lula.
O encontro também deve abordar as ações militares dos EUA próximas à Venezuela e à Colômbia, sob a justificativa de combate ao tráfico e ao terrorismo. Lula tem demonstrado incômodo com a presença de navios norte-americanos no Caribe e no Oceano Pacífico, e defende o respeito à soberania dos países latino-americanos.
“Você não pode combater o narcotráfico na terra dos outros sem respeitar a Constituição e a autodeterminação dos povos. Se o presidente Trump quiser discutir esse assunto comigo, terei imenso prazer”, afirmou.
A visita ocorre dias após a polêmica fala de Lula, que disse que “traficantes são vítimas dos usuários”. O presidente se retratou posteriormente, dizendo que “a frase foi mal colocada” e reafirmou seu posicionamento contra o crime organizado.
📸 Foto: Evaristo Sá / Brendan Smialowski / AFP
📰 Fonte: O Tempo


















