Em entrevista ao jornal The New York Times, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (30) que trata com “máxima seriedade” o tarifaço de 50% anunciado pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, mas rechaçou qualquer postura de submissão. “Quero ser tratado com respeito”, disse o presidente ao veículo norte-americano.
Lula reconheceu o poder econômico e militar dos EUA, mas ressaltou que o Brasil não negocia “como país pequeno”. Ele criticou o comportamento do presidente Donald Trump, que anunciou as tarifas via rede social, chamando a atitude de “vergonhosa” e fora dos padrões diplomáticos. Para Lula, a cobrança unilateral quebra uma relação histórica de cooperação entre os países.
A entrevista ocorre no mesmo dia em que Trump confirmou que a sobretaxa entra em vigor em 1º de agosto. Enquanto isso, o governo brasileiro segue tentando negociar com os EUA, mesmo após o início da cobrança. Segundo o ministro Fernando Haddad, as conversas ainda estão em curso.
Lula também rebateu as pressões vindas de figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o deputado Eduardo Bolsonaro, que teria condicionado o fim das tarifas a uma possível anistia ao pai.
O presidente concluiu alertando que quem pagará a conta da medida serão os próprios consumidores americanos, com a alta nos preços de produtos como café, carne e suco de laranja. “Nem o povo americano nem o brasileiro merecem isso”, afirmou.
Foto: Ricardo Stuckert/P