O número de famílias atendidas pelo Bolsa Família caiu para 18,9 milhões em outubro, o menor patamar desde julho de 2022. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social, mais de 2 milhões de domicílios deixaram o programa em 2025, impulsionados principalmente pelo aumento da renda e pela inserção no mercado de trabalho.
Do total de 2.069.776 desligamentos registrados neste ano, cerca de 1,3 milhão ocorreu porque as famílias superaram o limite de renda permitido para permanência no programa. Outras 726 mil concluíram o período previsto na chamada regra de proteção — que garante metade do benefício por até um ano após o aumento da renda — e aproximadamente 25 mil pediram desligamento voluntário.
Atualmente, podem receber o benefício famílias com renda mensal de até R$ 218 por pessoa. Quando a renda sobe, mas ainda permanece abaixo de R$ 706, é aplicada a regra de transição.
De acordo com o governo, a queda no número de beneficiários reflete a recuperação da renda e o avanço no emprego formal entre pessoas de baixa renda. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que mais da metade das vagas criadas no primeiro semestre de 2025 foram ocupadas por beneficiários do programa.
Levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social, em parceria com o Sebrae, mostra ainda que 55% dos microempreendedores individuais inscritos no Cadastro Único começaram a empreender após o ingresso no sistema. Atualmente, são 2,5 milhões de pessoas nessa condição.
A tendência de redução dos beneficiários começou em outubro de 2023, mas se intensificou ao longo de 2025, quando mais de 1,5 milhão de famílias deixaram o programa entre maio e outubro. O movimento é explicado tanto pelo aumento da renda quanto pelas mudanças nos critérios de permanência.
Até maio deste ano, famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 756) podiam permanecer por até 24 meses na regra de proteção. O novo modelo reduziu o limite de renda e o tempo de permanência, com o objetivo de concentrar recursos nos domicílios mais vulneráveis.
O orçamento do Bolsa Família para 2025 é de R$ 159,5 bilhões — cerca de R$ 10 bilhões a menos do que em 2024. Até o momento, R$ 134,4 bilhões já foram empenhados. Para 2026, a previsão é de R$ 158,6 bilhões destinados ao programa.
Segundo o governo, o Bolsa Família tem mantido sua função de promover ascensão social e retorno automático em caso de perda de renda, garantindo segurança e continuidade aos beneficiários.
Fonte: O Globo
Foto: Site Bolsa Família do Brasil
