Mais de 500 escolas estaduais em Minas Gerais ainda não têm água e esgoto tratados

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Um levantamento divulgado nesta segunda-feira (8) revelou um problema grave na rede estadual de ensino de Minas Gerais: mais de 500 escolas não possuem água potável ou rede de esgoto adequada. De acordo com o Diagnóstico de Infraestrutura Escolar de 2024, obtido via Lei de Acesso à Informação, 557 unidades não têm acesso a água tratada, enquanto 517 despejam os dejetos em fossas rudimentares, consideradas irregulares pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) por representarem risco à saúde e ao meio ambiente.

Além disso, outras 425 escolas utilizam fossas sépticas, que também podem causar contaminações se não houver manutenção adequada. O próprio Ministério das Cidades alertou que o acúmulo de dejetos em estruturas precárias pode afetar lençóis freáticos e aumentar a incidência de doenças de veiculação hídrica.

Na zona rural, a situação é ainda mais crítica. A Escola Estadual localizada no distrito de Miralta, em Montes Claros, por exemplo, utiliza água de um poço próximo a uma fossa negra e não conta com rede de esgoto. Moradores relatam que o esgoto a céu aberto gera mau cheiro e atrai insetos, trazendo risco à comunidade. Em um assentamento da mesma cidade, alunos de outra escola consomem água de poços artesianos sem garantia de qualidade.

Municípios como Januária enfrentam grandes desafios para ampliar a rede de saneamento devido às longas distâncias e à falta de infraestrutura adequada nas áreas rurais. Apenas 16,2% da população do município tinha acesso a serviços de saneamento em 2022. A Prefeitura de Montes Claros reconheceu que a maioria das escolas da região está fora da rede de esgoto e afirmou que, nas áreas urbanas, cabe às direções escolares solicitar a inclusão junto à concessionária responsável.

A realidade preocupa pais e educadores, que temem pelo impacto direto na saúde e no aprendizado dos alunos. A comunidade escolar cobra mais investimentos e ações imediatas para garantir condições básicas de higiene e segurança às crianças e adolescentes.

Foto: Alex de Jesus / O TEMPO

Fonte: O TEMPO

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