A audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (22), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), foi marcada por protestos durante o pronunciamento do presidente da Copasa, Fernando Passalio. Manifestantes presentes no Auditório José Alencar viraram de costas em ato de repúdio à fala do dirigente, enquanto seguravam cartazes e entoavam gritos contrários à proposta de privatização da estatal.
O episódio ocorreu em meio à tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende eliminar a exigência de referendo popular para a venda de estatais em Minas Gerais — ponto que tem gerado forte mobilização de servidores e críticas da oposição ao governo Romeu Zema (Novo).
Durante o discurso, Passalio tentou responder às críticas segurando a camisa com o símbolo da Copasa. Mesmo sob vaias e gritos como “Tira essa camisa” e “Sai fora”, ele defendeu que a desestatização trará benefícios ao estado. Segundo o presidente, a privatização permitiria ampliar o acesso aos serviços de saneamento, aumentar investimentos em obras e gerar empregos.
O secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico, Frederico Amaral e Silva, também participou da audiência e declarou que, com a venda da companhia, a previsão é de que a Copasa “contrate até 2036”.
Ao encerrar sua fala, Passalio afirmou:
“O que nos move é a missão de levar saúde, dignidade e prosperidade para todos os mineiros.”
A audiência foi convocada pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da ALMG e faz parte das discussões que antecedem a votação da PEC, prevista para esta quinta-feira (23).
📄 Fonte: O Tempo — Reportagem de Érika Giovannini
📸 Foto: Érika Giovannini / O Tempo