O Ministério da Saúde reconheceu a estrutura de atendimento da Maternidade do Hospital Risoleta Neves, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, como referência para gestações de alto risco, isto é, quando o parto oferece alguma ameaça à vida ou à saúde da mãe ou do bebê. Com a certificação, a Maternidade vai receber, anualmente, uma verba de quase R$ 900 mil para investimentos na melhoria da estrutura hospitalar e compra de equipamentos, por exemplo.
A Maternidade atende mulheres com intercorrências durante a gestação pelo serviço de Pré-Natal de Alto Risco, em parceria com a Secretaria Municipal de Belo Horizonte (SMSA-BH), e possui leitos destinados às gestações mais complexas. De acordo com a coordenadora médica da Linha do Cuidado Materno-Infantil do hospital, Patrícia Magalhães, as comorbidades mais comuns que levam a partos de alto risco são hipertensão arterial e diabetes gestacional, já durante o parto, nas urgências obstétricas, as hemorragias sinalizam a complexidade da gestação.
Mesmo nesses casos, a Maternidade Risoleta Neves tem o compromisso de acolher a gestação da forma que a paciente se sinta mais confortável. O resultado é a menor taxa de cesariana de Belo Horizonte, em apenas 23% das mulheres atendidas. “Por se tratar de parto de alto risco, não significa que precisa ser cesariana, pelo contrário. São poucas as situações que realmente contraindicam o parto normal”, explica a doutora.
“O parto normal é mais fisiológico, logo, não agrega risco de um procedimento cirúrgico em uma paciente que já é de alta complexidade”, continua. Entre as práticas de atenção à gestante e ao bebê na Maternidade, a equipe busca utilizar métodos não farmacológicos de alívio de dor, como banho de chuveiro e massagem; estímulo do contato pele a pele da mãe com o bebê logo após o nascimento; e alta segura para que a assistência possa continuar na Atenção Primária.
“É um reconhecimento que chega para valorizar o nosso trabalho em oferecer uma atenção diferenciada às mulheres e bebês da região”, diz Magalhães.
Agora, com a verba aprovada pela Portaria Nº 3.998/2022 do Ministério da Saúde, as pacientes já podem esperar por investimentos na qualidade do serviço. “É um dinheiro que vem para benefício da Maternidade. A estrutura nós já temos, mas será muito bem-vindo para compra de novos equipamentos, melhoria dos ambientes e manutenção do nosso trabalho”.
Com o reconhecimento à Maternidade Risoleta Neves, todas as sete Maternidades SUS de Belo Horizonte estão certificadas pelo Ministério da Saúde para receber gestantes de alto risco.
Fonte: O Tempo.