Uma médica psiquiatra do Distrito Federal vive há mais de quatro anos sob perseguição constante de um ex-paciente. A profissional, de 34 anos, afirma que o caso começou em 2021 e que, mesmo após diversas denúncias e medidas protetivas, o homem continua tentando contato. Segundo ela, o agressor foi considerado inimputável pela Justiça e, por isso, não pode ser preso, apesar das reincidências.
De acordo com o relato, o homem foi atendido apenas duas vezes, em 2019, e passou a perseguir a médica dois anos depois, enviando mensagens e aparecendo pessoalmente em seu local de trabalho. “A partir dali, minha vida virou um inferno. Ele aparecia quase todos os dias e alternava entre mensagens amorosas e ameaçadoras”, contou.
Mesmo com medidas protetivas e duas internações judiciais do perseguidor, a médica afirma que o problema persiste. “Ele é internado, se estabiliza, e quando recebe alta volta a me procurar. Eu acabei me sentindo desamparada judicialmente. Mesmo a Justiça sabendo que tenho um stalker, nada pode ser feito”, desabafou.
O caso chama atenção para os limites da Lei do Stalking, sancionada em 2021, que prevê pena de seis meses a dois anos de prisão para quem persegue alguém de forma reiterada, ameaçando sua integridade física ou psicológica. No entanto, por ter sido considerado inimputável, o agressor da médica não pode ser responsabilizado criminalmente.
Segundo a vítima, ela precisou mudar de local de trabalho e passou um período atendendo apenas online, por medo de ser abordada. “Eu perdi a esperança na Justiça. Gastei muito com advogado e continuo vivendo com medo”, relatou.
📸 Foto: Arquivo pessoal
📄 Fonte: g1 DF