A venda clandestina de canetas emagrecedoras falsificadas, produzidas no Paraguai e distribuídas ilegalmente no Brasil, acende um alerta entre profissionais da saúde e órgãos reguladores. A imagem que circula nas redes sociais e causou repercussão foi registrada durante uma reportagem do Jornal Nacional, exibida no último sábado (5), mostrando como o produto tem sido vendido como promessa de emagrecimento rápido, mas com consequências graves à saúde, incluindo internações em UTI.
As chamadas “canetas emagrecedoras” são medicamentos injetáveis originalmente indicados para o tratamento de diabetes tipo 2, mas que ganharam fama por auxiliar na perda de peso. As substâncias mais conhecidas são semaglutida, liraglutida e a recente tirzepatida, todas aprovadas pela Anvisa e só podem ser adquiridas com retenção de receita médica.
No entanto, versões piratas desses medicamentos vêm sendo trazidas ilegalmente ao país e vendidas por redes sociais e grupos de mensagens, muitas vezes sem qualquer exigência de prescrição médica ou avaliação de saúde. A endocrinologista Cynthia Valerio, em entrevista ao Bem Estar, afirmou que já atendeu pacientes em estado crítico após o uso das versões falsificadas:
“Há pessoas internadas no CTI. O que essas pessoas estão comprando não é só um produto pirata, é um risco real à saúde delas”.
O risco é ainda maior pela ausência de controle médico. Os vendedores — que muitas vezes se passam por profissionais da saúde — indicam doses e produtos sem sequer perguntar histórico clínico dos pacientes. Em uma investigação exibida pelo Jornal Nacional, uma suposta vendedora se autointitulou “Rainha do Lipoless”, prescrevendo o medicamento sem qualquer critério, utilizando fotos roubadas do perfil de uma estudante de medicina.
Além da falsificação da identidade médica, o produto vem sem controle de qualidade, podendo conter substâncias contaminadas ou não regulamentadas, o que aumenta o risco de danos nos rins, fígado e até no coração, como alerta a endocrinologista Cintia Cercato.
Esses medicamentos são contraindicados para:
- Pessoas sem obesidade ou diabetes;
- Alérgicos aos componentes do remédio;
- Pacientes com histórico de pancreatite;
- Indivíduos com histórico pessoal ou familiar de câncer de tireoide;
- Gestantes e lactantes.
Outro risco importante é o chamado efeito sanfona, já que o uso sem prescrição pode levar a perda de massa magra, desidratação e reganho rápido de peso após interrupção do uso.
A Anvisa e o Ministério da Saúde reforçam que qualquer medicamento deve ser comprado em farmácias legalizadas, com prescrição médica, e alertam que a compra de versões falsas não representa apenas um crime, mas um risco de vida real.
📷 Foto: Reprodução / TV Globo – Jornal Nacional
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