Justiça considerou que a criança não recebeu atendimento adequado após o nascimento. Defesa contesta decisão.
Um médico obstetra foi condenado a 14 anos de prisão pela morte de um recém-nascido após um parto domiciliar realizado em 2010, em Porto Alegre (RS). A esposa do profissional, uma enfermeira que também participou do procedimento, recebeu pena de 11 anos de reclusão, mas poderá recorrer em liberdade.
De acordo com a acusação, o parto ocorreu na casa da avó materna da criança, sem a presença de um pediatra. O bebê teria nascido com complicações, e o médico teria resistido à transferência imediata para um hospital. Somente horas depois, já em estado crítico, os pais encaminharam a criança ao hospital, onde ela não resistiu e faleceu.
O Ministério Público apontou que a conduta do médico e da enfermeira foi determinante para o desfecho fatal e que ambos teriam tentado convencer os pais a não informar detalhes do parto à equipe hospitalar.
A defesa contesta a decisão, alegando que houve inconsistências nos depoimentos apresentados pela acusação e que o julgamento deve ser anulado. Para os advogados, o caso representa uma tentativa de deslegitimar o parto humanizado e a autonomia das mulheres em suas escolhas.
Foto: Katrin Bolovtsova/Pexels
Fonte: O Tempo