sábado, 27 de abril de 2024

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Médico é investigado após aplicação de PMMA em clínica estética; uma paciente morreu

Por Dentro De Tudo:

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A polícia investiga a morte de uma mulher de 61 anos após passar por um procedimento estético que prometia levantar os glúteos. Laudelina Gomes Machado morreu no dia sete de março, na clínica estética Corpomed, que fica no bairro Prado, na Região Oeste de Belo Horizonte

A substância usada no procedimento foi o PMMA, sigla para polimetilmetacrilato. Ela é utilizada para preenchimentos em tratamentos estéticos faciais e corporais, sobretudo para aumento dos glúteos. Entretanto, sua composição pode causar reações inflamatórias que, por sua vez, podem levar a deformidades e necrose dos tecidos onde foi aplicado (leia mais abaixo). 

O procedimento realizado em Laudelina foi feito pelo médico Adelmo de Araújo Monteiro. Em seu site profissional, ele se apresenta como especialista em medicina estética com mais de 40 anos de experiência. No entanto, não há registro desta especialização no Conselho Regional de Medicina (CRM-MG). A entidade acompanha o caso junto a Polícia Civil.

De acordo com o boletim de ocorrência feito pela Polícia Militar, o procedimento de Laudelina estava agendado no horário da manhã. O próprio médico afirmou aos policiais que aplicou anestesia na paciente e que, depois do procedimento, ela levantou da maca, mas relatou que estava sonolenta. Em seguida, ela vomitou, urinou e caiu no chão

Um médico cardiologista, que também estava na clínica, ajudou nas manobras de ressuscitação e a manter as vias áreas da paciente livres. Os profissionais tentaram reanimar Laudelina até a chegada do Samu, mas ela não resistiu e morreu no local. 

O filho da vítima, Josué Machado, disse que a mãe não tinha histórico de problemas de saúde e era fisicamente ativa. 

Laudelina encontrou o perfil da clínica nas redes sociais e já tinha realizado três sessões, a quarta — e última — foi no dia sete de março, quando morreu. O valor pago por Laudelina na última sessão foi R$ 12 mil

“O que realmente me deixou muito incomodado é que esse médico estava fazendo lives nas redes sociais no dia seguinte, vendendo o produto dele como se nada tivesse acontecido. Como se a minha mãe não tivesse falecido lá dentro do consultório dele'”, contou Josué ao g1. O médico nega ter responsabilidade

A substância PMMA

Segundo as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa), o produto está autorizado para as seguintes aplicações: 

Correção de lipodistrofia (alteração no organismo que leva à concentração de gordura em algumas partes do corpo) provocada pelo uso de antirretrovirais em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).
Correção volumétrica facial e corporal, que é uma forma de tratar alterações, como irregularidades e depressões no corpo, fazendo o preenchimento em áreas afetadas por meio de bioplastia.

De acordo com as orientações do fabricante, a dose utilizada é aquela “estritamente necessária para a correção de defeitos tegumentares ou da pele”, e depende de avaliação médica.

Fonte: Globo Minas.

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