A meningite bacteriana tipo C, que resultou na morte de Milena do Nascimento Alvarenga, de 11 anos, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, é uma inflamação das meninges, as membranas que envolvem o cérebro, cerebelo e medula espinhal. A aluna da rede municipal faleceu no último domingo, 26 de outubro, após estar internada no Hospital Irmã Dulce, onde era monitorada pela equipe da Vigilância Epidemiológica. O portal g1 tentou obter informações sobre o período de internação, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.
O infectologista Leandro Curi esclareceu que, similar a outras doenças como Covid-19 e catapora, pessoas vacinadas contra a meningite podem contrair a infecção. Ele destacou que, embora a vacina reduza a necessidade de internação, os sintomas e a mortalidade também tendem a diminuir. Segundo o médico, a doença pode levar à morte em poucas horas ou dias, dependendo do agente causador, caso não seja diagnosticada e tratada adequadamente. Além das formas bacteriana e viral, a meningite pode ser provocada por fungos, medicamentos e doenças autoimunes.
Leandro enfatizou que as formas viral e bacteriana são transmissíveis, e existe vacina para a maioria das infecções bacterianas. Para infecções virais, o foco deve ser o tratamento antiviral. O imunizante contra a meningite faz parte do calendário nacional de vacinação. Ele explicou que a principal bactéria responsável pela meningite é a Neisseria meningitidis, conhecida como meningococo, que possui vários subtipos, como A, B, C, W e Y, que variam em prevalência e virulência em diferentes regiões.
O médico também abordou a possibilidade de pessoas vacinadas contra a meningite contraírem a doença, embora os sintomas tendam a ser mais brandos. Ele ressaltou que, mesmo vacinadas, as pessoas podem permanecer assintomáticas e ainda transmitir a bactéria por meio da fala ou tosse. Leandro comentou que, embora não seja comum ver muitos casos de meningite, a transmissão pode ocorrer, como no caso de Milena, que pode ter contraído a infecção de alguém que a transmitiu pelas vias aéreas.
A vacinação é crucial, especialmente para crianças menores de 5 anos, idosos e pacientes com doenças autoimunes. O médico alertou que, para aqueles que tiveram contato próximo com alguém contaminado, é importante procurar atendimento médico nas primeiras 24 horas após o diagnóstico, pois um antibiótico pode ser administrado para prevenir a infecção.
Crédito da foto: Reprodução e CDC. Fonte: g1.
