As escolas particulares de Minas Gerais estão se preparando para reajustes nas mensalidades para 2025, que podem superar os 15%, segundo pesquisa do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Estado de Minas Gerais (Sinepe-MG). Esse aumento reflete uma tendência nacional, com Minas previsto para ter o maior aumento de preços no setor educacional do país no próximo ano.
O levantamento do Sinepe revela que 71,4% das instituições planejam um aumento de 6% a 10%. Além disso, 20,4% das escolas poderão aplicar um reajuste entre 11% e 15%, enquanto 8,2% devem limitar o aumento a até 5%. Apenas 7% dos gestores afirmaram que não aumentarão as mensalidades ou ainda não decidiram.
Apesar dos percentuais elevados, que superam a inflação projetada de 4,5% pelo Banco Central, metade dos diretores não espera que o aumento impacte as matrículas. No entanto, 30,6% acreditam que os pais poderão buscar alternativas mais baratas em resposta aos reajustes.
Paulo Leite, porta-voz do Sinepe, explicou que os aumentos são impulsionados pela concorrência crescente no mercado e pela necessidade de adequação das infraestruturas das escolas às exigências legais. “As escolas têm que ter essa sensibilidade, e o nível de exigência dos órgãos públicos para isso junto às instituições particulares é bem maior do que nas escolas públicas”, afirmou.
Os principais motivos citados para os reajustes incluem a inflação, o aumento dos custos operacionais e salários dos professores, além de investimentos em infraestrutura. Leite destacou que as escolas precisam garantir sua sustentabilidade financeira para manter suas operações.
Como lidar com os aumentos?
O Instituto de Defesa dos Consumidores (Idec) orienta que os pais que não concordarem com os reajustes podem optar por não renovar a matrícula. Nesse caso, a escola deve fornecer toda a documentação de transferência do aluno, mesmo se estiver inadimplente. Entretanto, a legislação permite que as escolas neguem a rematrícula de alunos inadimplentes, desde que isso não envolva constrangimentos ou sanções pedagógicas, como a realização de atividades de avaliação.
Foto: LEO FONTES – 5.3.2009