Na rota entre Belo Horizonte e o aeroporto de Confins, Lagoa Santa deve ganhar um novo ponto turístico no primeiro trimestre de 2021. Na linha de grandes mercados nacionais e estrangeiros, o Mercadão Internacional de Lagoa Santa pretende reunir desde pequenas lojas de produtores agropecuários locais a grandes cadeias lojistas, além de oferecer espaço para shows com até 6.000 pessoas e eventos corporativos.
As obras foram iniciadas em 2019 e a expectativa inicial era inaugurar o espaço em dezembro do último ano, como foi dito por investidores à imprensa na época, mas a ruptura com um dos sócios originais e a pandemia de Covid-19 atrasaram os planos. A construção do local está nos momentos finais, segundo a diretora executiva do empreendimento, Ana Lúcia Araújo, e a inauguração deve ocorrer em março ou abril do próximo ano. Ela ainda não adianta quais lojas atuarão no local, próximo à entrada da cidade, via BH, no bairro Vila Presidente, mas diz estar em negociações avançadas com grandes marcas — um dos três galpões do espaço tem cerca de 180 m² e ela prevê que ele seja ocupado por um só estabelecimento.
Outros dois galpões funcionarão no espaço de 47 mil m², cerca de metade da área do terreno do Mineirinho. O espaço vai concentrar bares, serviços de estética e hortifrutis, por exemplo. Na área externa, um antigo Boeing está sendo restaurado para se tornar um ponto que pode ter bar e cabine de DJ para ser alugado para comemorações particulares. A administração também negocia a instalação de uma empresa de simulação virtual de voo profissional.
Até o momento, cerca de 60% das 300 lojas previstas estão reservadas, de acordo com Araújo. O aluguel mínimo é de R$ 900, referente a uma loja de 4 m², e o comerciante não precisa de fiador, apenas adiantar três mensalidades. Em 2019, a administração falava em um aluguel mínimo de R$ 650, mas os custos de obra se elevaram e pressionaram o valor, segundo Araújo. “Tudo subiu demais. O material dobrou de preço de um mês para o outro”, diz.
Geração de emprego e conexão com aeroporto
O empreendimento deve gerar cerca de 1.200 empregos diretos e outros 3.000 indiretos, como fornecedores, estima Araújo. Ela diz que currículos encaminhados pelas redes sociais do local estão sendo reunidos em um banco de talentos, mas que ainda não existem vagas ou seleção abertas oficialmente.
A conexão com o aeroporto internacional, de onde ele tira o nome, será um dos principais trunfos do Mercadão Internacional de Lagoa Santa, que está a pouco menos de 12 km do terminal. “Vamos começar uma conversa com o aeroporto de Confins para ter um traslado de passageiros e eles poderem esperar o voo no Mercadão. Isso vai trazer um conhecimento das pessoas sobre a cultura mineira e a cidade de Lagoa Santa, que tem inúmeros atrativos, como a Gruta da Lapinha”, diz Araújo.
De acordo com a diretora executiva, a equipe do Mercadão Internacional de Lagoa Santa está em diálogo com o governo de Minas e com a prefeitura local, mas não há aporte do poder público para o empreendimento. Ela não revela qual é o montante do investimento para erguê-lo ou a expectativa de geração de receita quando for inaugurado.