A entrada do Mercado Livre no setor de farmácias movimentou o mercado financeiro na última sexta-feira (29). A empresa confirmou a aquisição da farmácia da healthtech Memed, marcando oficialmente sua estreia no segmento no Brasil. A notícia repercutiu de imediato na Bolsa de Valores: as ações da RD Saúde (RADL3) caíram 6,90%, as da Pague Menos (PGMN3) recuaram 3,72% e as da Panvel (PNVL3) tiveram queda de 0,97%.
Segundo analistas do Bradesco BBI, a novidade é negativa para as redes de drogarias, mas não chega a ser considerada disruptiva. O banco destacou que marketplaces já competem com empresas do setor em cerca de um terço das vendas, principalmente em produtos de higiene, cosméticos, vitaminas e suplementos. No entanto, lembrou que a regulamentação da venda de medicamentos no Brasil é mais rígida do que em outros países, o que pode limitar a velocidade da expansão do Mercado Livre.
A XP Investimentos avalia a movimentação como o primeiro passo da companhia para estruturar uma presença mais sólida nesse mercado, estimado em mais de R$ 200 bilhões. Para a corretora, a empresa pode utilizar a farmácia adquirida como um projeto piloto e, futuramente, comprar pontos físicos estratégicos em todo o país.
Apesar do impacto imediato nas ações das concorrentes, o Bradesco BBI manteve a recomendação de compra para os papéis da RD Saúde, ajustando o preço-alvo para R$ 23,00 até o final de 2026, acima da projeção de R$ 18,00 feita anteriormente.
Já a XP acredita que, mesmo com a nova concorrência, as grandes redes tradicionais ainda mantêm vantagens, como a capilaridade e a rapidez nas entregas. A corretora destacou que mais de 70% das vendas da RD ocorrem pelo modelo “clique e retire” e que a rede de lojas garante acesso rápido para clientes de diversas regiões do país, o que pode reduzir a vantagem competitiva inicial do marketplace.
📍 Fonte: InfoMoney