O número de casos de dengue em Minas Gerais subiu 564% nos últimos dois anos: em dezembro de 2021, foram confirmadas 15.441 pessoas com a doença; enquanto em abril deste ano, já são 109.172.
Em contrapartida, o orçamento do governo estadual destinado ao combate das chamadas arboviroses, no entanto, foi na contramão e reduziu cerca de 40% entre 2021 e 2022:
🦟Caiu de R$ 123,2 milhões para R$ 76,1 milhões. Se considerarmos o período dos últimos dois anos, a redução é ainda mais significativa, já que até agora o governo gastou R$ 129,5 mil.
Os valores foram informados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), mas até a manhã desta quinta-feira (27) não estavam no portal da Transparência do governo de Minas. O g1 tenta acessar a página desde o início da semana. No entanto, não há dados disponíveis para a pasta da saúde.
A SES foi questionada sobre o fato e também sobre o motivo de redução nos investimentos, mas não respondeu até a última atualização desta reportagem.
O órgão disse apenas que o valor investido em 2023 é bem inferior aos anos anteriores porque o maior volume de recursos é transferido no segundo semestre de cada ano, visando a preparação para o período chuvoso seguinte.
Estes valores são definidos, segundo a SES-MG, conforme Resoluções e Deliberações pactuadas no âmbito da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que conta com representantes da SES-MG e das Secretarias Municipais de Saúde.
🦟Seguindo tendência, o número de óbitos também aumentou nesses dois anos. Em dezembro de 2021, foram seis mortes confirmadas por dengue. Neste ano, já são 48.
Aumento de chikungunya
🦟Além da dengue, a chikungunya, que é outra doença transmitida pelo mesmo mosquito Aedes Aegypt, também teve crescimento no período, passando de 5.367 casos, em dezembro de 2021, para 21.930 nesta quinta-feira (27). No caso de óbitos, há dois anos, foi registrada uma morte, enquanto neste ano já são 14
O pesquisador da Fiocruz Minas, Fabiano Duarte Carvalho, explica que se observou que as doenças provocadas pelo Aedes Aegypt têm um processo cíclico, de altas que ocorrem, geralmente, a cada três anos, podendo o intervalo ser maior ou menor. E, que, as ocorrências tendem a ser mais volumosas no verão, em que há altas temperaturas e maior volume de chuvas.
Fonte: Globo Minas.