Minas Gerais ocupa a segunda posição no ranking nacional de apreensões de armas de uso militar, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, de acordo com levantamento do Instituto Sou da Paz. Entre 2021 e 2023, foram retirados de circulação 768 armamentos pesados em território mineiro, enquanto no estado fluminense o número chegou a 1.781 unidades.
Segundo o estudo, as submetralhadoras representam a maior parte das apreensões em Minas, somando 569 unidades, muitas delas produzidas de forma artesanal. Na sequência, aparecem os fuzis (198) e uma metralhadora.
A pesquisa, publicada em revista acadêmica da London School of Economics, analisou o crescimento do uso de armamentos de estilo militar pelo crime organizado na Região Sudeste. O estudo também apontou como falhas na regulação e registros precários dificultam o combate a esse fenômeno. Os dados foram consolidados a partir da coleta e exame de aproximadamente 7 mil armamentos apreendidos por forças estaduais e federais.
Neste ano, operações policiais já encontraram armas desse tipo em diferentes pontos da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em junho, uma fábrica clandestina de submetralhadoras foi desmantelada no bairro Taquaril. Em outras ações, fuzis de uso restrito das Forças Armadas foram localizados no Aglomerado da Serra e em Venda Nova.
Para Natália Pollachi, diretora de Projetos do Instituto Sou da Paz, é necessário investir em delegacias especializadas para combater o tráfico de armas. Segundo ela, esse tipo de estrutura garante maior eficiência e prioridade no enfrentamento ao comércio ilegal de armamentos pesados.
“Essa delegacia é importante porque ela garante uma especialidade no tema. O enfrentamento a esse tipo de arma, ao tráfico e a todas as fontes que permitem que essa arma chegue à mão do crime organizado é muito importante, muito prioritário, e gera benefícios diretos para a nossa segurança pública”, afirmou.
Foto: Reprodução/TV Globo
