O diagnóstico feito nas rodovias federais que cortam o Brasil aponta 3.651 pontos vulneráveis e outros 470 pontos críticos para a exploração sexual de crianças e adolescentes. O Nordeste é a região com mais pontos (1.079) e a BR-116 que vai de Fortaleza, no Ceará, até Jaguarão, no Rio Grande do Sul, e que passa por Minas Gerais, é a rodovia com mais pontos de risco para prostituição infantil.
Estado com mais rodovias federais, Minas Gerais aparece ao lado de Paraná, Bahia, Goiás e Rio Grande do Sul entre os estados com maior incidência de pontos vulneráveis. De acordo com a gerente de programas e relações empresariais da Chieldhood, Eva Dengler, o mapeamento é importante do ponto de vista preventivo e prático.
“O fato de nós sabermos quais são os pontos que podem vir a ter maior incidência de situações de exploração sexual permitem a Polícia Rodoviária Federal a desenvolver ações preventivas constantes nestes locais. Também no momento deles planejarem ações de repressão para resgatar crianças e adolescentes que possam estar sofrendo exploração sexual, os locais críticos e de alto risco identificados previamente facilitam toda estratégia de atuação da polícia.”
Os dados relativos a 2019 e 2020 apontam uma redução de 0,4% em relação ao biênio anterior e queda de 50,8% quando comparado a 2009. “Apesar de nós termos uma redução nos pontos críticos este ano, ainda temos 470 pontos que permanecem no novo mapeamento como críticos no Brasil. Esses pontos, além de serem alvo de maior atenção da Polícia Rodoviária Federal, devem ser alvo de atenção também dos serviços de proteção de crianças e adolescentes.”
A gerente defende a prevenção como melhor forma de evitar a prostituição infantil nas rodovias brasileiras. “A principal fonte de informação é a gente utilizar esses dados para prevenção, ou seja, visitar os estabelecimentos mapeados como críticos e de alto risco tentando esclarecer aos proprietários dos locais quais são os riscos que eles estão correndo, alertá-los para a possibilidade da ocorrência de exploração sexual de crianças e adolescentes, mostrar para esses estabelecimentos que nós como sociedade, como polícia, sabemos dos riscos daquele local, estamos de olho naqueles locais, mas que também cabe a eles uma atuação constante e preventiva.”