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Minas Gerais deve ganhar dois ramais ferroviários

Por Dentro De Tudo:

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Petrocity e a Macro Desenvolvimento, que ficarão a cargo da implantação e exploração de dois ramais ferroviários que passam por Minas Geraisbuscarão investidores para a execução dos projetos, autorizados na quinta-feira (9) pelo Ministério da Infraestrutura (MInfra), no âmbito do Programa Nacional Pro Trilhos. A previsão de início de operação dos ramais é no final desta década.

Um deles é a Estrada de Ferro Juscelino Kubitschek (EF-030), que ligará Barra de São Francisco (ES) a Brasília, passando por 34 cidades mineiras. A ferrovia, que terá 1.108 km de extensão, visa transportar produtos do Centro-Oeste do País ao porto-seco de Barra de São Francisco. As principais cargas serão rochas ornamentais, cargas conteinerizadas, madeira, grãos, algodão, toretes de eucalipto, produtos siderúrgicos, minério de ferro e sal-gema.

Segundo o ministério, estão projetados investimentos na ordem de R$ 14,2 bilhões, sendo R$ 13,5 bilhões na construção dos novos trilhos e mais R$ 700 milhões para a manutenção, ao longo do percurso, de seis unidades de transbordo e armazenamento de cargas (Utacs). O empreendimento deve gerar 214.349 empregos (diretos, indiretos).

As obras ficarão a cargo da construtora Odebrecht, segundo o presidente da Petrocity Ferrovias, José Roberto Barbosa da Silva. “É uma obra para a integração de modais que facilitará o escoamento de diversos produtos, reduzindo custos logísticos. Agora, vamos iniciar os trabalhos de instalação, que tem prazo de dez anos. A Odebrecht vai fazer o projeto de engenharia e construção, nosso pessoal especializado vai cuidar da questão das desapropriações enquanto uma empresa especializada fará a estruturação financeira e captação de recursos”, informou.

Conforme Silva, a Petrocity, por meio da Ouro Max, está em conversa com dois fundos de investimento, não apenas para o ramal autorizado na quinta-feira, mas para outros dois projetos do grupo, que ainda aguardam assinatura de contratos de autorização por parte do governo federal, que junto com a Estrada de Ferro JK vão somar investimentos de R$ 30 bilhões nos próximos dez anos.

É uma estrada de ferro extremamente viável e rentável, com arranjo de ponta para o traçado, relevo favorável, passando por áreas produtivas. Então é um projeto bastante atrativo”, disse.

Sete Lagoas

Já a Macro Desenvolvimento foi autorizada a desenvolver e explorar um trecho de 610 km de extensão que ligará Presidente Kennedy (ES) a Conceição do Mato Dentro e Sete Lagoas. O segmento conecta regiões produtoras mineiras – extração de calcário, mármore, ardósia, argila, areia e produção de ferro-gusa em Sete Lagoas e minério de ferro em Conceição do Mato Dentro – ao Porto Central, em Presidente Kennedy. 

É voltado ao transporte de carga estimada em 26 milhões de toneladas/ano: granéis sólidos e minério de ferro. O investimento será de R$ 14,30 bilhões, com possibilidade de abertura de 214.349 cargos (diretos, indiretos e efeito-renda), segundo o MInfra.

O CEO da Macro Desenvolvimento, Fabrício Cardoso Freitas, explicou que para a fase preliminar do projeto, que são os licenciamentos e desenvolvimento, já há um grupo de investidores consolidado. “Há um grupo de investidores que já faz parte do projeto. Para essa fase de desenvolvimento, a gente vai investir no nosso próprio capital. É uma fase muito preliminar ainda. Agora, para a obra, vamos buscar investidores com certeza. É uma obra muito grande”, informou.

Segundo ele, a ferrovia vem atender à necessidade da intermodalidade. “No Brasil, há carência de estruturas portuárias acessíveis e com porte suficiente para atender às exigências do mercado internacional de commodities em capacidade, porte dos navios e qualidade das estruturas disponibilizadas. Temos no Brasil, a necessidade de construção de modais modernos que suportem o transporte de elevada carga, de forma ágil, eficiente e competitiva, para abastecer a crescente demanda nacional, destinada ao comércio internacional”. 

O prazo total do projeto está estimado em dez anos, sendo quatro de desenvolvimento, engenharia e licenciamento e seis anos de implantação.

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