Minas Gerais está passando pela maior seca das últimas quatro décadas, afetando drasticamente a produção agropecuária. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), 491 municípios mineiros, ou 57% do estado, sofreram perdas significativas em suas áreas agroprodutivas devido à seca extrema e severa. Entre essas cidades, 333 perderam mais de 80% de suas plantações, enquanto outras 69 registraram destruições entre 60% e 80%, com 89 cidades perdendo até 60% de suas colheitas.
A seca prolongada, que já dura mais de 150 dias em algumas regiões, especialmente no Norte de Minas, está agravando a insegurança alimentar, com comunidades rurais enfrentando dificuldade para produzir e distribuir alimentos. Além disso, a falta de chuvas e o avanço das mudanças climáticas, incluindo o fenômeno El Niño e o aquecimento anormal do Atlântico Tropical Norte, estão piorando a situação.
José Ocílio, agricultor do Vale do Mucuri, descreve como sua plantação foi devastada, com a terra se tornando árida e as poucas verduras restantes mal conseguindo sobreviver. A comunidade que ele faz parte também sofreu com a perda de alimentos, mas conseguiu sobreviver com ajuda de uma rede de apoio e auxílio do governo.
O impacto da seca não se limita a Teófilo Otoni. Comunidades em todo o estado, como Chapada do Norte, no Vale do Jequitinhonha, também enfrentam a falta de água, o que tem forçado várias famílias a migrarem para outras regiões. A poluição, a monocultura e o assoreamento de rios têm agravado a escassez hídrica.
Minas Gerais, o estado mais afetado pela seca no Brasil, tem 497 municípios em situação de vulnerabilidade hídrica. As consequências da seca estão sendo sentidas em toda a cadeia alimentar, com impactos diretos na segurança alimentar, especialmente para os pequenos agricultores que dependem da terra para seu sustento.
Fonte: O Tempo
Foto: Arquivo pessoal
