“Ele deu um zoom no banner da academia que frequento e disse que sabe onde me encontrar”. O relato é da tiktoker Arlinda de Lima, de 36 anos, que mora em Belo Horizonte e, há cerca de um mês, é perseguida na internet por um homem que afirma ser italiano.
A mulher pode ser mais uma vítima do crime de perseguição, conhecido como “stalking”, que aumentou em Minas Gerais. De acordo com dados da Polícia Civil, nos dez primeiros meses deste ano, 2.639 ocorrências desta natureza foram registradas no estado.
A lei contra o “stalking” foi sancionada no ano passado. A perseguição, seja física ou digital, tem pena de até três anos de reclusão.
“Faço conteúdo de humor e, há dois anos, fui para uma agência que contrata influenciadores. Temos metas a cumprir e fazemos lives em que os seguidores, caso tenham interesse, podem comprar gifs que, posteriormente, a plataforma nos repassa o valor em dinheiro. Há cerca de dois meses, esse seguidor começou a interagir e, depois de um tempo, ele virou moderador dessas lives”, explicou Arlinda.
Boletim de ocorrência
Arlinda resolveu remover o homem como moderador e, desde então, segundo ela, o italiano começou com diversos ataques com perfis falsos. Na última sexta-feira (21), a mulher registrou um boletim de ocorrência contra o homem.
Conforme o documento, a vítima contou que recebeu vários xingamentos, além do suspeito ter enviado emojis com ameaças, como a imagem de uma “faca”. O homem também ofereceu dinheiro em troca de fotos íntimas de Arlinda e usou expressões racistas.
“Eu me sinto perseguida, tenho crises de ansiedade, não consigo mais fazer as lives. Meu rendimento financeiro caiu em torno de 90%. Me sinto intimidada”, desabafou.
A influencer compareceu à delegacia acompanhada do advogado. De acordo com a defesa, um dossiê será realizado para juntar as provas ao processo. Além do crime de perseguição, o homem também pode ter cometido racismo, calúnia e difamação.
Registros de ocorrências de stalking
Conforme dados divulgados pela Polícia Civil, entre outubro e dezembro de 2021, 704 ocorrências de crime de perseguição foram registradas em Minas Gerais, sendo 90 em Belo Horizonte.
Já nestes dez meses de 2022, dos 2.639 registros policiais, 253 foram na capital mineira.
Fonte: Globo Minas. Foto: TV Morena/Reprodução
