Minas Gerais registrou 2.767 novos casos de câncer de mama entre janeiro e agosto de 2025 — o equivalente a mais de 11 diagnósticos por dia, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Em todo o ano de 2024, foram contabilizados 6.907 casos.
A campanha Outubro Rosa reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, que pode elevar as chances de cura para até 98%, conforme explica a mastologista Renata Saliba, da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Minas Gerais. Ela destaca que o acesso à mamografia pelo SUS foi ampliado, permitindo que mulheres solicitem o exame diretamente nas unidades básicas de saúde a cada dois anos.
Apesar dos avanços, o medo e a desinformação ainda são obstáculos. A psicanalista Maria Amélia Gomes, em tratamento há três anos, lembra que muitas mulheres associam o diagnóstico à morte. “É preciso mostrar histórias de quem vive plenamente após o tratamento”, disse.
A médica Ivie Braga, radiologista do Grupo Orizonti, reforça que o exame deve ser feito anualmente a partir dos 40 anos, e imediatamente em caso de sintomas suspeitos. Ela alerta que o câncer pode surgir em mulheres jovens — 40% dos casos acontecem antes dos 50 anos.
O relato da bancária Rebeca Caroline Martins, de 34 anos, reforça a importância da atenção aos sinais do corpo. Após perceber um nódulo, foi diagnosticada com câncer e iniciou tratamento no Hospital Mater Dei. Quatro meses depois, os exames mostraram remissão completa da doença.
Atualmente, o SUS dispõe de 445 mamógrafos em Minas Gerais, sendo 51 em Belo Horizonte. Em 2023, o governo estadual destinou R$ 77 milhões para a compra de novos equipamentos, dos quais 30 já estão em funcionamento.
O diagnóstico precoce continua sendo o principal aliado na luta contra o câncer de mama. “Quanto mais cedo a mulher buscar ajuda, maiores são as chances de cura e de um tratamento menos agressivo”, conclui a mastologista.
Fonte: O Tempo – Cidades