Minas Gerais está prestes a adotar um novo protocolo de diagnóstico para o câncer de próstata, inédito no Sistema Único de Saúde (SUS) do estado. A novidade foi anunciada na terça-feira (18) pelo vice-governador Mateus Simões, em Belo Horizonte. O protocolo prevê a realização de ressonância magnética multiparamétrica antes da biópsia, uma abordagem que promete aprimorar a detecção da doença.
Segundo Simões, “a partir deste ano, em Minas Gerais, o PSA alterado levará à realização de ressonância magnética para identificação de alterações. Em todos os outros estados, o protocolo é exame de toque de próstata e ultrassom.” Ele destacou que essa nova alternativa permitirá a identificação de nódulos menores e alterações morfológicas de forma não invasiva.
O médico urologista Carlos Magno Paiva, do Hospital das Clínicas da UFMG, explica que a ressonância deve ser realizada após o exame de toque e antes da biópsia. “A ressonância é um exame muito específico, que funciona de forma semelhante à mamografia para as mulheres. Por meio dela, conseguimos classificar se a próstata tem risco de câncer e a localização”, afirma Paiva, enfatizando que a ressonância não substitui o toque, mas sim complementa o diagnóstico para evitar biópsias desnecessárias.
O Protocolo Estadual de Cuidado da Próstata, elaborado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), será submetido à Comissão Intergestores Bipartite (CIB) em dezembro para pactuação. A diretriz orienta a investigação de homens com suspeita da doença na rede pública, seguindo as recomendações do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para ampliar o acesso a esses exames, o estado propõe um aporte financeiro correspondente a 53% do valor da tabela de procedimentos do SUS, condicionado à aprovação da CIB.
O secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, ressaltou a importância da ressonância: “O câncer que mais acomete os homens, tirando o de pele, é o câncer de próstata. A ressonância é muito mais apurada, permitindo uma avaliação mais clara sobre a presença de câncer.”
Atualmente, Minas Gerais conta com 41 serviços habilitados em alta complexidade oncológica, incluindo Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon). Entre 2019 e 2023, o estado registrou 36.416 casos de câncer de próstata em hospitais de referência, o que reforça a necessidade de ampliação do acesso a exames e padronização dos fluxos de atendimento.
O câncer de próstata é o tipo de tumor mais comum entre os homens, após o câncer de pele. Apesar de sua alta incidência, o tema ainda enfrenta tabus que podem atrasar diagnósticos e comprometer as chances de tratamento eficaz. A recomendação é que, ao perceber sinais e sintomas, os homens procurem atendimento médico imediatamente.
Fonte: BHAZ.



















