Dez casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças e adolescentes são investigados em Minas Gerais. Desses, nove já estão sendo analisados em laboratório. Os principais sintomas apresentados pelos pacientes são dor abdominal, vômitos e alterações de enzinas no fígado.De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), os casos são de menores que moram em Belo Horizonte, Ibirité, Juiz de Fora, Liberdade Monte Azul, Montes Claros, Tiradentes, Uberaba e Uberlândia. Também há uma suspeita de criança residente em Araguari, no Triângulo. A notificação foi feita em Uberlândia, mas ainda não foi classificada pela pasta como um dos que estão em processo de investigação.
Seis suspeitas da doença já foram descartadas pela SES-MG. Após exames, três crianças moradoras de Montes Claros, uma de Lagoa Santa e outra de Uberaba não tiveram hepatite constatada.
De acordo com a pasta, após reunião com o Ministério da Saúde em 5 de junho, foram discutidas e alinhadas as informações de todos os pacientes notificados no Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (CIEVS-Minas), com reclassificação dos casos de acordo com as últimas definições de suspeição.
Além dos casos descartados, uma suspeita foi considerada “perda de segmento”, quando o paciente não é encontrado, se recusa a participar da investigação ou quando não resiste aos sintomas antes que os exames possam ser feitos. O caso aconteceu em Perdigão e foi notificado em Divinópolis. A secretaria não divulgou mais detalhes sobre a suspeita.
Alta letalidade
Sem causa determinada, a hepatite aguda em crianças foi notificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em diversos países, a maior parte na Europa, em abril. A doença, uma inflamação no fígado, preocupa pela alta letalidade no público infantil e também pela possibilidade de evolução para um quadro que exija o transplante do órgão.
Até 13 de junho, no último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, 749 casos já tinham sido notificados em 33 países. Dos casos, 38 crianças e adolescentes precisaram de transplante de órgão.
No Brasil, até a mesma data, eram 142 notificações em 17 estados, com sete transplantados. A maioria dos casos (54,4%) referia-se a meninos. Os principais sintomas registrado foram icterícia, febre, dor abdominal e vômito.
Em abril, a OMS chegou a emitir um comunicado informado que não há relação entre a doença e as vacinas utilizadas contra a COVID-19. “As hipóteses relacionadas aos efeitos colaterais das vacinas não têm sustentação pois a grande maioria das crianças afetadas não recebeu a vacinação contra a COVID-19”.