O Secretário de Estado da Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, afirmou que a retirada da obrigatoriedade do uso de máscaras para conter a Covid-19 no Estado pode ocorrer “ainda neste ano”, mas que ainda não é o momento para que a medida seja tomada. A declaração ocorreu nessa quarta-feira (3). Interlocutores do Executivo afirmam não haver chance de que a suspensão do uso ocorra em novembro, mas que “talvez em dezembro” ela possa ser determinada.
“O uso de máscara se mostrou um dos principais fatores de redução da disseminação do vírus. Obviamente, o principal continua sendo a vacinação o Estado de Minas vem aumentando a cobertura vacinal. O nosso grupo técnico discute a cada momento cada melhora dos indicadores, cada aumento da vacinação da população. Algumas medidas de retorno aconteceram recentemente, a mudança do protocolo de eventos e, (em relação à) máscara, também chegará o momento da sua discussão”, diz o chefe da pasta.
O médico argumenta que o cenário atual ainda não dá condições para retirada do uso compulsório de máscaras em ambientes públicos – em especial, nos fechados – e é preciso “aumentar a cobertura (vacinal) em duas doses (ou dose única)” da população.
“No decorrer do mês de novembro, há uma expectativa de que a gente ultrapasse 75% do público vacinado com duas doses em relação à população total. Assim que a gente atingir este dado e, caso continuemos com os baixos índices de disseminação da doença, o grupo técnico pode discutir e achar esse caminho da desobrigação do uso de máscaras”, acrescenta Baccheretti.
A Secretaria de Estado da Saúde informou, com a primeira dose das vacinas contra Covid-19, 15.935.702 mineiros foram imunizados e, com a duas, ou dose única, 11.614.467 – respectivamente, 76,3% e 55,8% da população total de Minas. São 2.186.321 de infecções pelo coronavírus computadas oficialmente no Estado desde o início da pandemia, o que representa cerca de 10,4% da população mineira. A pasta pontua que 55.613 vidas foram perdidas em minas devido à doença.
Apesar de admitir a possibilidade de que o uso de máscaras possa ser flexibilizado ainda em 2021, Bacherretti ressalta que isso ocorreria, apenas, em locais abertos. “Precisamos ainda que os dados se mostrem mais robustos e mais estáveis em relação à disseminação [para abolir o uso em todos os espaços, inclusive fechados]. A gente vê que outros países que tomaram essa decisão há alguns meses estão voltando a utilizar a máscara em alguns locais, especialmente na Europa”, detalha.
“Então não é o momento ainda de retirar a máscara de uso contínuo pela sociedade, mas, com o crescer da vacinação em duas doses (ou dose única) e a manutenção dessa baixa transmissão do vírus, isso (o fim do uso da máscara em lugares públicos em Minas Gerais) pode se tornar uma realidade ainda este ano”, conclui o secretário.
A primeira capital a abolir a obrigação do uso de máscaras no Brasil foi o Rio de Janeiro, na semana passada. São Paulo anunciou, em nível estadual, que planeja reverter a obrigatoriedade em dezembro. Nesta quarta-feira (3), o Distrito Federal (DF) passou a permitir o trânsito de pessoas em espaços públicos sem o item de proteção.