Minas Gerais pode viver pico de casos de arboviroses, como a dengue, nos próximos meses. A informação foi divulgada pelo Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em coletiva nesta terça-feita (23 de janeiro). Para reforçar as ações de combate à doença, o Estado anunciou investimento de mais de R$ 32,2 milhões para combater as doenças transmitidas pelo Aedes aegypt. O valor de soma ao aporte de R$ 80,5 milhões previstos para o período sazonal. Até o momento, Minas soma uma morte por dengue em 2024 e aumento de 754% nos casos na primeira quinzena.
O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, explica que a explosão de casos não era esperada neste ano. Segundo ele, esta é a primeira vez que o Estado registra dois anos epidemiológicos consecutivos.
“Temos um comportamento até então claro, a cada três anos, então não era espera porque tivemos um ano epidemiológico em 2023. Essa nova onda de dengue e chikungunya já está acima dos outros dois anos epidêmicos, em 2016 e 2019. Acreditamos que o pico será mais rápido, até março. Com esse inclinamento precoce nos faz pensar que possa ser igual ou maior que 2016”, alerta.
Conforme boletim da SES, até o momento foram confirmados no Estado 11.490 casos de dengue e uma morte. Outras 14 mortes estão em investigação. No mesmo período, foram 3.067 casos confirmados de chikungunya e uma morte. Dois óbitos continuam em investigação.
O secretário de saúde alerta que a maior parte dos casos estão concentrados na região Central do Estado. Ele também aponta que o retorno da circulação da dengue tipo 3 no país cria alerta para casos mais graves da doença. “Teremos um ano epidêmico difícil no Estado de Minas Gerais. Região Central de Minas, Leste, Vale do aço, Vale do Rio Doce estão com incidência elevada. Já temos 600 municípios com casos e 156 com incidência em alta. Além disso, temos casos de dengue tipo 3. Isso preocupa porque a maior parte da população que já teve a doença foi contaminada pelo tipo 1 e 2. A circulação do tipo 3 pode fazer com pessoas que sejam reincidentes desenvolvam casos graves, como a dengue hemorrágica”, afirma.
Reforço em hospitais da Fhemig em BH
O Estado já prepara uma força-tarefa para enfrentar o pico de arboviroses. Em Belo Horizonte, que deve receber cerca de 6 milhões de foliões no Carnaval nos próximos dias, os hospitais que fazem parte da rede da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) na capital mineira vão ampliar a assistência e oferecer um atendimento mais qualificado aos pacientes com suspeitas e diagnósticos de dengue, zika e chikungunya.
Para isso, a Fhemig elaborou um Plano de Contingência, que será executado em três fases, conforme ‘a demanda do município, gestor pleno de serviços de saúde, e situação epidemiológica.
A Fundação se prepara para abrir também um posto de hidratação (reposição volêmica) no Hospital Júlia Kubitschek (HJK), no Barreiro. A unidade reforçará a equipe médica na sua porta de urgência, com profissionais da própria rede e da equipe multidisciplinar da Prefeitura de Belo Horizonte.
O Hospital Infantil João Paulo II (região hospitalar) também terá reforço de profissionais na urgência e receberá uma unidade de hidratação. Já o Hospital Eduardo de Menezes (HEM), também no Barreiro, disponibilizará leitos para encaminhamentos de casos pela prefeitura.
Outras ações previstas são a expansão da capacidade de oferta de leitos de enfermaria no HEM e a definição da maternidade do Hospital Júlia Kubitschek como referência, para o município, no atendimento a gestantes infectadas pela dengue, chikungunya. ou zika. O plano inclui ainda a abertura de unidade de hidratação e a possibilidade de expansão de leitos de terapia intensiva no Hospital Eduardo de Menezes, além de dez novos leitos de terapia intensiva no HJK, e está estruturado para ser aplicado nas unidades da Fhemig no interior do Estado, de acordo com a necessidade.
Fonte: O Tempo.