Os crimes de feminicídio continuam avançando em Minas Gerais e mantêm o estado em alerta. Levantamento da Polícia Civil aponta que, até outubro deste ano, 139 mulheres foram assassinadas no território mineiro por motivação de gênero, superando os 135 registros do mesmo período de 2024. A média é de uma morte a cada dois dias.
Em Belo Horizonte, a situação é ainda mais grave. Na capital, o número de feminicídios dobrou em 2025, saltando de sete para 14 casos nos primeiros dez meses do ano. Além das mortes consumadas, as tentativas também preocupam: já são 22 registros apenas neste ano.
Casos recentes evidenciam a escalada da violência. Na última semana, uma mulher de 38 anos foi atacada a facadas pelo ex-companheiro no bairro Concórdia, na região Nordeste da capital. O suspeito foi preso no mesmo dia, e a vítima permanece internada. Pouco depois, no interior do estado, uma jovem de 21 anos foi morta a facadas pelo ex-namorado na porta de casa, em Itaúna, no Centro-Oeste mineiro. O autor foi preso em Belo Horizonte e confessou o crime, segundo a Polícia Civil.
Especialistas apontam que o enfrentamento ao feminicídio passa, sobretudo, pela prevenção. Pesquisadores da área de segurança pública defendem o fortalecimento da educação de gênero e a integração de dados entre as forças de segurança para identificar riscos antes que os crimes ocorram. Apesar do endurecimento das penas — o feminicídio tem atualmente uma das maiores punições previstas no Código Penal — os números indicam que a repressão isolada não tem sido suficiente para conter a violência.
O Governo de Minas informou, em nota, que mantém políticas permanentes de combate e prevenção à violência contra a mulher, com ações desenvolvidas por secretarias estaduais. Entre as iniciativas estão campanhas de conscientização, ampliação de serviços de proteção social, delegacias especializadas, monitoramento de agressores e atuação das Patrulhas de Prevenção à Violência Doméstica.
A Polícia Civil reforça que toda situação de violência doméstica e familiar deve ser denunciada. O registro pode ser feito presencialmente em unidades policiais, pelos telefones 180 e 181 ou pela delegacia virtual, conforme o tipo de ocorrência.
Fonte: Jornal Hoje em Dia
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
