O Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais condenou a empresa QuintoAndar a indenizar um trabalhador alvo de xenofobia por parte de colegas em R$ 50 mil. Carioca, o homem denunciou receber tratamento vexatório por conta do local de nascimento dele e também por ser negro. As ofensas teriam sido proferidas por trabalhadores mineiros.
O homem denuncia que sofreu tratamentos humilhantes de vários colegas de trabalho por ser carioca e negro. Entre as ações, estariam imitações pejorativas e desrespeitosas do sotaque, insinuações desrespeitosas aos moradores do Rio de Janeiro e simulações “jocosas” de assaltos.
Ainda de acordo com o ex-trabalhador, ele levou a situação ao setor de compliance da empresa esperando surtir algum efeito. No entanto, foi demitido, sem justa causa, duas semanas depois da denúncia.
Em primeira instância, a juíza do Trabalho Raquel Fernandes Lage, da 13ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, determinou indenização por danos morais em R$ 15 mil.
Mas após ambas as partes entrarem com recursos, o TRT de Minas reconheceu a prática de atos xenofóbicos contra a reclamante e aumentou a quantia para R$ 50 mil.
O juiz e relator Márcio Toledo Gonçalves alertou sobre a gravidade das ofensas sofridas pelo ex-colaborador e também em relação à negligência da empresa em adotar medidas para acabar com as práticas discriminatórias.
“No presente caso, o reclamante logrou demonstrar, mediante prova oral e documental que foi vítima, no ambiente de trabalho, de atos de xenofobia, em razão de sua origem nacional, por ser carioca, originário do Rio de Janeiro, sendo objeto de chacota e de piadas preconceituosas entre os colegas de trabalho, associando sua origem nacional aos estereótipos do criminoso, trapaceiro e desonesto”, destacou.
O BHAZ entrou em contato com o QuintoAndar para um posicionamento e aguarda retorno.
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