O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após ela anunciar que deixou o Brasil. A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e considera que a viagem tem como objetivo evitar a aplicação da lei penal.
“No caso de Carla Zambelli Salgado de Oliveira é inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal”, escreveu Moraes. O ministro destacou ainda a iminente perda do mandato parlamentar e a continuidade de condutas criminosas por parte da deputada, como a disseminação de notícias falsas e ataques ao Judiciário.
A decisão determina, além da prisão, o bloqueio de bens e contas bancárias em nome da deputada, suspensão de repasses da Câmara ao seu gabinete, derrubada de suas redes sociais e a inclusão de seu nome na difusão vermelha da Interpol. Zambelli, segundo sua assessoria, está atualmente na Flórida, Estados Unidos.
A parlamentar afirma que viajou por motivos de saúde, mas também denunciou uma suposta “perseguição judicial”. Investigações apontam que ela teria saído do país por rota terrestre, passando por Foz do Iguaçu (PR), cruzando a fronteira com a Argentina até Puerto Iguazú, de onde embarcou rumo aos EUA via Buenos Aires.
A defesa de Zambelli, por meio do advogado Daniel Bialski, confirmou a viagem. Pouco depois, ele deixou o caso alegando “foro íntimo”. A deputada foi condenada em maio a 10 anos de prisão pela Primeira Turma do STF por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti.
A Corte também determinou a perda do mandato e sua inelegibilidade com base na Lei da Ficha Limpa. Moraes apontou que a parlamentar teve acesso imediato a documentos falsos inseridos por Delgatti, confirmando sua participação direta nos crimes.
Carla Zambelli ainda responde por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, após ter sacado uma pistola contra um jornalista durante a campanha eleitoral de 2022. Esse caso está com o julgamento suspenso no STF após pedido de vista do ministro Nunes Marques.
Foto: Reprodução / Redes Sociais
Fonte: G1, CNN Brasil, Estadão
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