Os ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), votaram nesta terça-feira (21) pela condenação de sete réus do chamado núcleo das fake news, investigado por disseminar desinformação e articular ações ligadas à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Com os votos, o placar do julgamento está em 2 a 0 pela condenação.
O julgamento, que ocorre na Primeira Turma do STF, foi suspenso após o voto de Zanin e será retomado às 14h desta terça-feira. Ainda faltam votar os ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.
Em seu voto, Alexandre de Moraes afirmou que as provas confirmam a atuação de uma organização criminosa que usou redes sociais e estruturas do Estado, como o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para espalhar informações falsas e atacar instituições democráticas. Segundo o ministro, o grupo tentou gerar instabilidade social e justificar uma ruptura institucional para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
Cristiano Zanin acompanhou integralmente o voto de Moraes e destacou que os réus integraram uma organização criminosa com o objetivo de “romper o Estado Democrático de Direito” e de “afetar o livre exercício do Poder Judiciário”.
Entre os sete réus estão militares e agentes públicos acusados de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), os acusados usaram a estrutura da Abin para espionar adversários, criar e disseminar informações falsas contra o processo eleitoral e autoridades públicas. A PGR relaciona as ações do grupo aos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília.
Foto: Rosinei Coutinho / STF
Fonte: g1 / TV Globo