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Mortalidade materna cai em Minas, mas maioria de casos ainda são evitáveis

Por Dentro De Tudo:

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Minas Gerais atingiu o menor patamar de mortalidade materna em 16 anos, em 2022, um ano após ter registrado o maior pico de casos do período, em 2021, por causa da pandemia da Covid-19. Ainda assim, centenas de mulheres continuam morrendo durante a gravidez e o puerpério – foram
289 em Minas na soma de 2022 e 2021 e 2.941 no Brasil em 2021, último ano divulgado. Tirando o pico da Covid, a maioria delas é vítima de causas evitáveis, como hipertensão, hemorragias e infecções. Pôr fim a esses óbitos ainda é um dos grandes desafios do Estado, principalmente em regiões mais pobres, onde o índice dobra.

Os dados do Painel de Monitoramento de Mortalidade Materna, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), mostram que, após um pico de 90,05 na Razão de Mortalidade Materna (RMM), em 2021, o índice caiu para 30,91 em 2022. A taxa indica o número de mortes de gestantes ou puérperas (até 42 dias após o parto) a cada 100 mil nascidos vivos no Estado.

Segundo o professor da Faculdade de Medicina da UFMG Mário Dias Corrêa Júnior, uma estrutura de saúde robusta evitaria a maior parte das mortes. Ele ressalta a importância do acompanhamento médico das grávidas e de atendimentos rápidos. “Às vezes, a gestante está com dor de cabeça intensa, ligada à hipertensão, mas demora a procurar ajuda. Não
sabe que é potencialmente perigoso”, explica.

Em algumas regiões, como no Nordeste de Minas, a RMM foi de 66,6 em 2022 – mais que o dobro da média estadual. Populações mais vulneráveis são mais atingidas,  exatamente pela maior dificuldade de acessar o sistema de saúde.

Atrasos podem ser fatais

Três atrasos aumentam a mortalidade materna, diz o professor Mário Dias: demora da paciente em identificar o problema, dificuldade de chegar ao sistema de saúde (com transporte coletivo ou grandes distâncias) e lentidão para que o serviço de saúde identifique e trate o problema.

Países desenvolvidos

O professor Mário Dias, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), diz que países desenvolvidos têm a mortalidade materna dez vezes menor do que a brasileira. “Primeiro porque a população é menor. Mas também porque a paciente é mais instruída, chega à  maternidade com mais facilidade, as equipes são mais bem instruídas.
Ainda tem espaço para a gente melhorar a nossa mortalidade materna”,
avalia o professor.

Fonte: O Tempo.

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