Nos últimos meses, casos de turistas mortos e carros alvejados por engano no Rio de Janeiro têm se tornado recorrentes. Em um esforço para evitar tragédias, um motorista de Uber de 29 anos, que atua na capital fluminense, criou um “Manual de Sobrevivência”, com dicas de trajetos seguros e condutas essenciais ao circular por comunidades e favelas da cidade.
O motorista, que se identifica como “Raro” e usa máscara para manter sua identidade em sigilo, compartilha vídeos e orientações nas redes sociais, atualizando o material conforme transita pelas regiões mais perigosas do Rio. Com um perfil já consolidado, ele acumula mais de 110 mil seguidores no Instagram e 93 mil no TikTok, onde seus vídeos viralizam e atingem milhões de visualizações.
Regras para evitar abordagens violentas
Segundo “Raro”, pequenos detalhes podem fazer a diferença ao dirigir em áreas dominadas por facções criminosas. Ele explica que é fundamental “jogar o jogo do local”, seguindo comportamentos comuns dos moradores para evitar suspeitas.
“Se está todo mundo com o alerta ligado, você liga o alerta também, sempre com vidro aberto, farol baixo… Você tem que imitar as pessoas dali, e na maior naturalidade do planeta. Não pode ficar nervoso. Quando você entra, geralmente, eles vão te parar e perguntar de onde você é e o que está fazendo ali. E por mais que você seja uma pessoa de bem, se ficar nervoso ou chorar, eles vão te matar”, alerta o motorista em entrevista ao Metrópoles.
A necessidade de um guia como esse se intensificou após diversos episódios de violência. Em 21 de fevereiro, um turista de São Paulo, de 80 anos, foi perseguido, agredido e teve seu carro atingido por disparos de fuzil, após entrar no Complexo de Israel, área controlada pela facção Terceiro Comando Puro (TCP).
Manual digital e atualizações semanais
Diante do sucesso e da repercussão de seus conteúdos, “Raro” decidiu transformar suas orientações em um manual digital, atualizado semanalmente. O material é voltado para moradores e turistas, principalmente aqueles que visitam o Rio sem conhecer os riscos de certas regiões.
A iniciativa reflete uma tentativa de tornar a locomoção pela cidade mais segura em um cenário onde erros de trajeto podem ser fatais.
Fonte: Metrópoles.
