Uma investigação do Ministério Público de Minas Gerais revelou um esquema de fraudes em contratos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), da Prefeitura de Belo Horizonte, que pode ter causado um prejuízo estimado de R$ 35 milhões aos cofres públicos. A operação, deflagrada na última terça-feira (11), resultou no afastamento de seis servidores e na suspensão de pagamentos a empresas investigadas.
Segundo documentos do MP, o grupo responsável pelas irregularidades não apenas direcionava licitações e superfaturava serviços, mas também atuava para eliminar evidências. Relatos indicam que papéis foram rasgados e triturados com o uso de uma máquina levada de casa por servidores, enquanto arquivos digitais foram apagados do computador de um ex-diretor. O objetivo, segundo o órgão, seria ocultar indícios de irregularidades em diversos contratos da Sudecap.
As investigações também apontam que empresas contratadas teriam custeado festas, despesas de um casamento e até fornecido veículos usados por servidores envolvidos. Há ainda relatos de entregas de envelopes com propina após reuniões e distribuição irregular de combustível.
Outro ponto revelado pelo MP é a existência de indícios de nepotismo e de favorecimento em Processos Seletivos Simplificados, com casos de pagamentos duplicados a contratados. Fiscais e engenheiros que se opunham às práticas irregulares teriam sido removidos de suas funções ou demitidos, enquanto outros, alinhados ao esquema, eram mantidos para validar medições incompatíveis com os serviços entregues.
Relatórios anexados ao processo mostram que contratos milionários apresentaram diferenças significativas entre o que foi pago e o que de fato foi executado. Somente em dois deles, o prejuízo ultrapassou R$ 35 milhões. As obras investigadas incluem estruturas contra alagamentos e reservatórios profundos na região Norte da capital.
A Prefeitura afirmou que abriu auditoria interna, afastou temporariamente os servidores envolvidos e encaminhou relatórios ao Ministério Público. Os pagamentos às empresas citadas seguem suspensos por ordem judicial.
Crédito da matéria: g1 Minas
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