Título: Mulher é detida na frente da filha de 4 anos em imóvel com armas e drogas ligado ao PCC
Uma mulher de 22 anos foi presa pela Polícia Civil em Guarujá, no litoral de São Paulo, na frente da filha de 4 anos. Ela estava em um imóvel onde foram encontradas drogas e armas. Segundo a defesa, a jovem estava no local, alvo de mandado de busca e apreensão, apenas para fazer uma tatuagem e não tinha relação com os materiais apreendidos. Após audiência de custódia, ela foi liberada.
De acordo com o boletim de ocorrência, a equipe policial foi até o endereço, na Rua Antônio da Silva Melo, para cumprir o mandado que tinha como alvo o proprietário do imóvel, investigado por envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). No entanto, apenas a jovem foi encontrada na casa. Ela acompanhou as buscas e foi apontada pela polícia como companheira do investigado. Segundo o registro policial, a mulher afirmou que estava de passagem, mas os agentes acreditam que ela também reside na residência, pois estava acompanhada da filha.
Durante a busca pelo imóvel, a equipe policial encontrou várias armas expostas, a maioria réplicas perfeitas de pistolas e fuzis. No entanto, também foram localizadas munições de fuzil e uma pistola calibre .38. Dois celulares foram encontrados escondidos debaixo de um colchão, além de drogas, equipamentos e anotações relacionadas ao tráfico de entorpecentes e cartas que indicavam o batismo de membros do PCC, demonstrando a ligação do alvo das buscas com a facção criminosa.
Diante da situação, a mulher foi encaminhada para a delegacia acusada de manter droga armazenada para venda e guardar armas e munições com o companheiro. Apesar de não ter antecedentes criminais, a polícia informou que a jovem tem dois irmãos com passagens por tráfico de drogas. A suspeita é que o investigado, alvo do mandado de busca e apreensão, tenha deixado o imóvel pouco antes da polícia chegar, pois teria sido avisado sobre a ação.
Após a prisão na segunda-feira, a mulher foi levada para a cadeia pública anexa ao 2º DP de São Vicente. Ela passou a noite no local, mas teve a liberdade provisória concedida na terça-feira, após audiência de custódia. A juíza Carla Milhomens Lopes de Figueiredo Gonçalves de Bonis considerou que não havia elementos que justificassem a prisão preventiva da mulher, uma vez que os crimes atribuídos a ela não envolveram violência ou grave ameaça à pessoa. Ela também levou em conta que a jovem é responsável pelos cuidados da filha menor de idade, impondo medidas cautelares, como o comparecimento bimestral em juízo e a proibição de deixar a comarca ou mudar de endereço sem autorização prévia da Justiça.
O advogado Renan Lourenço, que defende a mulher, afirmou que ela não tem qualquer vínculo pessoal ou criminal com o investigado, ressaltando que o contato entre ambos se limitou ao momento em que ela foi ao local para realizar uma tatuagem. Ele garantiu que nenhum material apreendido estava com ela, pois foi encontrado em outro cômodo. O advogado também destacou que a mulher não mora na casa alvo da ação policial, vive de forma regular, é primária e mãe solo de uma criança de 4 anos. Durante a audiência, foram apresentados comprovantes de residência, contrato de locação e provas de atividade lícita. A defesa informou que o caso segue em fase judicial, aguardando o agendamento da audiência de instrução e julgamento, com o objetivo de provar a inocência da cliente, apontando que a prisão ocorreu de uma presunção equivocada.
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Fonte: g1