Um homem de 49 anos teve o afastamento de casa e do trabalho decretados pela Justiça após agredir a ex-mulher e o filho do casal, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O suspeito teria chegado a quebrar a mandíbula da mulher, de 56 anos, após ela tentar defender o filho do casal, de 25 anos, de ataques homofóbicos praticados pelo homem.
O ataque aconteceu no último domingo (18 de junho), porém, mãe e filho só denunciaram a violência doméstica no dia seguinte, segunda-feira (19), quando procuraram a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) do município de mais de 700 mil habitantes.
A delegada Lia Valechi, que é uma das titulares da delegacia, conversou com O TEMPO e explicou que, felizmente, houve muita celeridade por parte da Justiça que, em menos de 24h, expediu as medidas protetivas contra o acusado. “O casal já vinha tendo vários desentendimentos, estavam separados de fato mas ainda convivendo sob o mesmo teto, o que é um fator de risco de violência doméstical”, ponderou a policial.
Ainda conforme a policial, em seu relato, o filho contou que o pai nunca aceitou o fato de ele ser homossexual. “Ele contou que, após ele passar para medicina, esperava que o pai o aceitasse mais, mas que isso nunca aconteceu. No dia, ele fez uma nova ofensa, o chamou de ‘viado’ e ofensas parecidas, e, quando a mãe tentou defendê-lo, ele passou a agredir de forma bastante severa, tanto que houve a fratura do maxilar. O filho foi proteger a mulher e também acabou agredido”, lembra Lia.
Homem não pode se aproximar da família
Ainda segundo a delegada Polícia Civil, o juiz da Vara de Violência Doméstica deferiu as medidas protetivas. “Determinou também o afastamento do lar, o não contato e comunicação com as vítimas. Caso ele se aproxime deles, ele responde por um novo crime, que é o descumprimento de medida protetiva e que pode culminar na prisão”, completa.
Como o suspeito trabalhava em uma empresa familiar, onde a mulher também trabalha, ele precisou ser afastado tanto da residência como do trabalho.
“Esse caso traz várias coisas para serem refletidas pela sociedade. Uma delas é essa situação, de separar e continuar vivendo juntos. O melhor é que cada um vá para o seu caminho, pois, qualquer coisa diante destes conflitos podem culminar em algo grave como isso. Outro ponto é o absurdo da não aceitação do pai, que está causando um sofrimento para o filho, trazendo toda uma desestruturação na família”, completou.
Por fim, a delegada Lia Valechi destacou a importância das vítimas de violência doméstica sempre denunciarem o crime à Polícia Civil.
Fonte: O Tempo.