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Mulheres chefiam apenas 7,9% das prefeituras mineiras

Por Dentro De Tudo:

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Em Minas Gerais, 68 mulheres assumem a liderança de prefeituras, representando apenas 7,9% das 853 cidades do estado. Apesar de um pequeno aumento em relação a 2019, a proporção permanece estagnada há mais de uma década. Em 2004, 42 mulheres (4,9%) foram eleitas prefeitas, e em 2020, o número foi de 61 (7,15%).

A cientista política Juliana Fratini Borges explica que a baixa participação feminina é um reflexo da cultura conservadora e do sistema partidário, que ainda dificulta o ingresso de mulheres na política, especialmente em cargos executivos. A falta de tradição para a participação política das mulheres é um obstáculo cultural, e os partidos, que são dominados por homens, muitas vezes boicotam as candidaturas femininas.

Marlise Matos, professora da UFMG, enfatiza a “exclusão política” e a violência política sofrida pelas mulheres, agravada pela cultura patriarcal e pela estrutura do sistema político-partidário. Para ela, a única maneira de mudar esse cenário é a criação de uma lei de paridade, com 50% das vagas para cada gênero.

Marília Campos (PT), primeira mulher prefeita de Contagem, e Elisa Araújo (PSD), prefeita de Uberaba, destacam a importância de apoio e incentivo para que mais mulheres ingressem na política. Marília destaca as dificuldades de conciliar a vida pessoal com a agenda política, enquanto Elisa relata o respeito que precisou conquistar e os desafios enfrentados devido à sua condição de mulher na política. Ambas defendem a necessidade de uma maior atuação dos partidos para apoiar candidaturas femininas de forma genuína, não apenas para cumprir cotas.

As prefeitas concordam que a política deve refletir a diversidade da sociedade, trazendo novas perspectivas, e que é crucial continuar incentivando a participação feminina nos cargos de liderança.

Foto: Montagem: Fred Magno/ O TEMPO; André Santos/Prefeitura de Uberaba/Divulgação

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